Hoje parece que o passado está tão próximo, tão perto de ser revivido. Parece que andamos milhares de quilômetros, vivemos tanta novidade. Continuamos a caminhar, encontramos mais e mais situações antes nunca vividas, fomos capazes de mudar um formato de vida, que parecia tão impossível, mas mudamos. Encontramos caminhos, atalhos; e fomos em frente.
Quando tudo parecia ser o ideal, a descoberta do novo, das conquistas, perdeu-se no caminho, nas mãos do sagaz, do poder que corrompe, da autoridade que mata, da arrogância que tudo pode, do status do ter, da audácia de desafiar a hierarquia, agredir, caluniar.
De repente abriu-se uma cratera no meio do mapa, um país foi para fundo do poço, e nesse poço foi dividido entre o sim e o não. Alguns clamam pela liberdade, enquanto outros, clamam pela volta da repressão, do calar, da falta da liberdade, da expressão.
Nunca o futuro se repetiu tanto um passado como agora, um passado que eu e mais alguns milhões de brasileiros não querem reviver, mas outros milhões querem. Acreditam que assim a moral e os bons costumes voltarão, a segurança será salva, e o povo se calará, terá que obedecer às ordens de um poder, que mesmo sendo autoritário esconderá os mesmos erros cometidos por outros poderosos. O quadro vai alterar a moldura, mas a tela pintada continuará com a ganância do poder, a diferença é que o povo não poderá fazer mais nada. Terá que se calar depois de ter aprendido a falar. A repressão está voltando, dias piores virão.