Liberdade feminina

A luta pela liberdade feminina teve início no século passado, quando foi aprovada a igualdade salarial das mulheres – à época, a força de trabalho na indústria têxtil era a feminina. A batalha das mulheres nunca parou. De lá para cá sempre reivindicaram seus direitos, como a equiparação salarial e combate à violência contra a mulher.

O ano de 1968 foi o período mais marcante da história da luta feminina, quando aconteceu na América, e principalmente na França, o movimento conhecido como a queima dos sutiãs, que na verdade não foram apenas sutiãs, mas roupas, acessórios e até sapatos, contra a exploração social da mulher.

Há mais de 100 anos a mulher luta e clama por seus direitos. A discriminação e os abusos, cada vez maiores, continuam, só que atualmente de uma forma muito mais abusiva. São mulheres expostas ao preconceito, ao ódio pelo feminino ou simplesmente por terem conquistado seus lugares.

Discriminadas pela roupa que usam, pela liberdade alcançada, pela posição social, pelo cargo ou por serem comandantes das próprias vidas. Não há diferença entre gêneros, há uma falta de respeito com a capacidade que a mulher mostra e prova a cada dia, e que não é aceita pela sociedade machista e patriarcal em que fomos criadas.

Por outro lado, a mulher não deveria concordar com músicas que exaltam de maneira vulgar o feminino. Isso só acabará quando a mulher não mais permitir, não repetir a forma chula com que é retratada.

Não é mais momento de aceitar que um homem diga que abusou de uma mulher ou até mesmo a agrediu pela sua vestimenta; isso não é justificativa, é abuso. Homem nenhum tem a posse de uma mulher.

Apesar dos avanços nas lutas por direitos e espaços, mulheres ainda estão presas ao sentimento de que a aparência está acima do bem e do mal. Se por um lado conseguiram a libertação, por sentirem-se capazes de agregar à vida, por outro ficaram presas a padrões. No entanto, a mulher precisa entender que é como é, não uma peça montada.

Não se diz mais que uma mulher é linda porque é linda de verdade, pois há um padrão de beleza preparado milimetricamente, mas e a cabeça, como fica? O prazer de todos os dias é se transformar em quem você não é? Ou seja, continua presa ao que desejam das mulheres, pois a perfeição estética é mais uma forma de ter o controle da tua vida, de tê-la submissa.

De nada adianta tanta luta se ficarmos presas à perfeição; ela não existe. No final, o que queremos é liberdade de vida, e esta só é total se formos definitivamente quem somos de verdade. Liberte-se.

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