Mães e filhas

Toda mulher sonha em ser mãe de menina, mas claro que ser mãe de menino também é
maravilhoso. Eu tenho os dois, e ter um filho é ter um apaixonado por você pro resto da
vida. Mas a menina é aquela bonequinha que você brincou de mamãe e filhinha e que se
tornou realidade. Enfeitar a menina com laçarotes, vestidos e acessórios dá enorme
prazer. Mas elas crescem, e depois, como fica?
Desde pequena aprendemos a ser mãe, cuidar, alimentar, levar para passear e estar
preocupada sempre. Quando temos nossas filhas, não substituímos pelas bonecas, pois a
realidade é bem mais difícil do que nas brincadeiras. Conforme crescem começamos a
ver nossas bonequinhas transformarem-se em adolescentes, cada vez mais cedo, e aí é
que passamos a ter uma amiga e companheira para sempre. Ou não. Nessa fase as
meninas costumam ser rebeldes com as mães. É difícil, mas ainda bem que passa rápido.
Na maioria das vezes tornam-se muito próximas de nós. É bonito ver a amizade de mãe e
filha .Sair junto, conversar, tomar aquele café no shopping, te pedir opinião e,
principalmente, te entender. Isso, com certeza, vem bem mais tarde, já que muitas coisas
só entendemos depois que somos mães; antes, somos chatas.
Que bom né que tivemos uma mãe chata. Só assim pudemos aprender a ser uma mulher.
Se não tivesse essa mãe chata seríamos perdidas, sem rumo, sozinhas… E isso tem,
mães e filhas que não se entendem, não são amigas. Muito triste ver essa situação.
Sonhamos com a maternidade, mas nem sempre nos traz bons resultados. Será por não
darmos a atenção necessária, por não aceitar um filho difícil, por falta de “tempo”, que não
tem justificativa, ou apenas por deixar a vida levar? Um filho precisa muito mais do que
tudo isso junto, tudo vale a pena, mesmo que não dê certo alguma coisa. Mas com filho
tudo vale, até o que você acha que não. É só enxergar tudo diferente, olhar e entender
que aquele foi destinado a você para cuidar e ensinar. É seu, depende totalmente do seu
amor e cuidado, e isso é para sempre.
Sua bonequinha só cresceu; no meu caso chamo de minha florzinha, mas ainda estou
regando. Enquanto estamos aqui precisam daquele mesmo cuidado do começo, com
carinho e dedicação. Filho é para sempre, e amor não acaba, o que acaba é atenção e
cuidado. Todos somos filhos, e se estamos aqui é porque tivemos uma mãe que não
desistiu de nós. Então continue a cuidar da sua, não desista, sua obra é perfeita. O que
vai fazer dela? Amar, amar e amar. E a minha florzinha? Ah! Já deu flor, mas continuo a
regar….

Saudosismo. Do que você sente saudade?

A saudade é um sentimento normal do ser humano, mas o saudosismo é muito maior
por se tratar de uma época, uma parte do passado da vida. Já há algum tempo isso vem
crescendo em um nível, digamos, maior do que acontece normalmente, onde o atual e o
antigo esbarram de uma forma saudável. Mas não é assim que tem acontecido.
Bem devagar começou a se falar do velho e saudoso vinil, a bolacha ou LP, como se
falava. Quem não se desfez dos seus LPs para dar lugar ao CD? Por qual motivo
acreditamos que nunca mais sentiríamos saudades? Ou que não precisava se desfazer
das relíquias das nossas vidas tão ricas de passado? Não pensamos nisso, e eles
voltaram tão intensos que os artistas do passado e os novos aderiram às gravações em
vinil, e quem guardou seus aparelhos, hoje pode ouvir seus artistas prediletos no
aparelho de som com toca discos, quem não guardou paga caro por uma relíquia.
Mas não foi só isso que voltou, é muito comum fazer uma pesquisa de decoração de
casa, ou até mesmo acabamento e encontrar os ditos retrô ou vintage, paredes de
cozinha pintadas pela metade, rádios com designer antigo, vitrolas, aparadores, cadeiras,
tudo misturado com o novo. A moda que vai e volta, as músicas que tocam e fazem
sucesso até hoje, os conjuntos antigos lotando estádios, sejam brasileiros ou
estrangeiros, e até novelas antigas regravadas e fazendo o mesmo sucesso de antes. O
que está acontecendo?
O povo está com saudades do mais simples, da felicidade de um passado que, apesar
dos pesares, era mais leve. Ostentar era ter uma vitrolinha no quarto, era ter um móvel
com o aparelho de som mais potente e muitos vinis para ouvir, ter telefone em casa;
nem todo mundo tinha. Eram poucas as coisas, mas éramos felizes.
Os conjuntos que fazem sucesso compuseram músicas imortais, letras e melodias,
fizeram história, e isso não tem preço, não tem fim, ficam para sempre. Existiam
problemas? Claro que sim, o mundo nunca foi perfeito, mas não era tão imperfeito
como agora. As novelas estão sendo recuperadas porque as histórias, apesar de terem
fatos perturbadores, saíam da mesmice, eram interativas e cativantes, coisa que agora
são meses no mesmo assunto. Cansa.
As pessoas estão em busca de algo, de recuperar uma parcela daquilo que fez um dia
suas vidas felizes. Seja um objeto, uma música, uma roupa, seja lá o que for, você foi
feliz. O saudosismo exacerbado é um resgate, é um olhar para o passado que não volta
mais, apenas faz bem, nem que seja por alguns minutos, a felicidade volta igual ao
momento que você viveu, se mistura com o presente, e molda o seu futuro. Seja feliz
agora, um dia vai lembrar desse momento como se fosse hoje.

Louco ou normal?

Estamos no fio da navalha

Ser normal é tudo o que eu não quero. Como ressoa para você essa frase? Para mim quer dizer: igual a todo mundo. Não, eu não quero ser igual a todo mundo, fazer o que todos fazem, ir a lugares que todos vão, fazer as mesmas viagens, fazer as dietas da moda, usar as roupas da moda, ter a mesma cara, cabelo, tipo de corpo. É muito chato ser normal, é falta de criatividade para si mesmo, é muito bom ser diferente, enquanto todos repetem os mesmos padrões e fazem tudo igual, eu ando na contramão, sempre fui assim, é libertador.

Quem foi que disse que ser normal é o lado certo? Entre ser normal ou ser louco é preferível a loucura. Para a maioria das pessoas ser normal é o equilíbrio do ser humano, mas a vida não tem equilíbrio, por isso mesmo vivemos entre um e outro. O ser humano não é feito só de corpo, é um ser falante, e quem fala racionaliza, e quem racionaliza analisa, e quem analisa? O louco ou o normal? O louco, claro, daí ser chamado de louco, porque o normal pensa e não analisa, só vai.

Quando se está lúcido é porque sabe o que está falando ou fazendo, foi pensado, analisado e compreendido, e isso não precisa necessariamente ter sido aceito, ao contrário, é saudável dizer não àquilo que a maioria diz sim, não é preciso fazer tudo igual como se a vida fosse um roteiro, o seu roteiro pode ser diferente, e as diferenças é que fazem de você ser a pessoa que é. Quando todos fazem tudo igual é que existe algo de errado, isso não é ser normal. Se somos seres falantes e racionalizamos, desta forma estamos sendo irracionais, seguindo um modelo de vida que inventaram, e te contaram que era assim que deveria ser.

Em tempos de influencers, que aliás virou profissão, vendem ilusão aos mais despreparados. Contam uma vida de riquezas, medicamentos milagrosos, conquistas maravilhosas, e o melhor, tudo muito fácil. Quem precisa de alguém para guiar sua vida como se fosse isso o correto? Quem disse que o que o outro diz é o correto e não você? Será que realmente um ser precisa de um influenciador na vida? A velha frase, o que é bom para mim pode não ser bom para você.

Não te contaram quantas pedras tiveram que tirar do caminho, ou até submeter-se a situações que talvez você não tenha coragem, mas falando parece ser fácil. Depois que desligam as câmeras, a realidade deles também ressurge, e você nem sabe quantos dissabores aquelas pessoas sentem. E sem saber, está tentando ter o mesmo vazio de quem te vende a vida perfeita.

“De louco todos temos um pouco”. Então sejamos loucos, e vamos assumir nossa loucura, já que entre a normalidade e a loucura estamos no fio da navalha. Uma hora escorregamos um pouco para um lado, e hora para o outro, saímos do sério, falamos sozinhos (sim, você já falou sozinho, já xingou sozinho, já riu sozinho). Para quem? Para o louco que habita em você.

O que você deseja para 2024?

Estamos terminando mais um ano, passou rápido demais, mas também fizemos muita coisa. Quantos acontecimentos vivenciamos? E tudo o que aconteceu na sua vida, foi pouco? Você lembra de tudo ou confunde com este ano ou ano passado? É tão comum essa confusão, porque temos a mania de achar que tudo passa rápido, mas não é bem assim.

O tempo nos faz ter a impressão de que tudo passa rápido demais, mas na verdade nós é que não organizamos direito nossa rotina. Tempo todo mundo tem, o que não se tem é disponibilidade, pois priorizar as coisas e o dia é indispensável, assim como abrir mão de uma coisa aqui e outra acolá, também é preciso.  Daí o tempo passa, o tempo voa.

Essa vida louca nos faz acreditar que temos que trabalhar, trabalhar, e deixamos de lado as coisas boas, os momentos, a risada, as conversas, o sol, a música. As pessoas que amamos, lugares; a vida.

Vamos ter responsabilidades, mas também a risada. Vamos trabalhar, mas também usufruir do que se ganha. Vamos nos preocupar, mas também relaxar, viajar, ouvir música, ir a shows, bater um papo e ficar com nossos amores. Não deixe o tempo passar e deixar apenas marcas e cicatrizes, que deixe também boas lembranças, carinho, amor e paz entre as pessoas. Precisamos muito de paz, do respeito e da bondade, porque da maldade, chega.

Desejo ao mundo que 2024 possa ser um ano de transformações e de conscientização, que as pessoas entendam que a paz é que trará todos os benefícios que a humanidade almeja. Não é brigando, matando, desrespeitando que se chega em algum lugar, é na paz que cada um consegue o seu lugar no mundo.

Quero escrever sobre um mundo melhor, quero narrar a transformação, quero mudar com as palavras e ajudar as pessoas para que encontrem dentro de si um jeito melhor de viver em paz.

Feliz 2024!

A noite de Natal

Estamos a quatro dias do Natal, e como essa data mexe com a gente. É uma mistura de sentimentos e lembranças que vêm à cabeça nesta época inexplicavelmente. É uma data em que as pessoas sentem verdadeiramente o amor e a emoção como nunca. Mas será que nossos sentimentos nos sabotam?

Existem pessoas que não gostam ou não têm a tradição de comemorar o Natal, é uma questão familiar. Já outras famílias fazem questão de reunir todos para essa confraternização de fartura – não para todos, sabemos –, emoção e felicidade mútua.

Como tudo na vida, a tradicional ceia de Natal tem uma regra a ser seguida quase sempre, começando pelas comidas. Não pode faltar o peru, o tender cravado de cravo da índia, maionese com maçã, arroz com uva passa, doces e presentes. Uma comemoração de comilança, bebida e magia.

As crianças gostam pelos inúmeros presentes que ganham e ficam ansiosas para que chegue logo, e o Papai Noel, diz a lenda, é quem traz. Uma lenda que passa de geração para geração iludindo as crianças, que ouvem que se forem boazinhas o ano todo ganharão presentes. A primeira mentira que aprendem. Não foi boazinha o ano todo, mas ainda assim ganhou presentes.

Entretanto, a verdadeira comemoração não é dita, apenas nos enfeites, na árvore que simboliza a chegada do menino Jesus, mas que não é falada. Nessa, o Papai Noel sai disparado na frente, e a realidade é o consumismo, os presentes que esperam o ano todo.

Para os adultos resta apenas levar a tradição sabendo o quanto custa aquela linda noite com a família reunida, passando algumas horas num ambiente decorado e servido com as comidas típicas e a emoção que carrega.

Eu mesma tenho lindas lembranças dessas noites de Natal em família, e trouxe para os meus filhos, que também adoram este momento, continuo com as comemorações e, certamente, eles continuarão. A emoção não pode parar, embora muita coisa mude ao longo dos anos. As crianças crescem e nós envelhecemos, outras crianças nascem e a roda viva da vida continua, com chegadas e partidas e lembranças e saudades.

Que o seu Natal seja uma noite mágica e cheia de emoção, que seja um dia de reflexão; ouça o seu coração – e traga de volta a pureza da criança que vive em você e se permita sentir a mesma emoção e ansiedade que te trazia naquelas noites em que tudo era lindo e feliz. Sinta, se emocione, deixe por alguns minutos a sua rigidez adulta do lado de fora te esperando para depois que o dia 25 de dezembro for embora, mas não passe esse dia sem reviver a alegria da criança que você foi um dia, e reviva esse momento.

Feliz Natal a todos

Qual momento gostaria de reviver?

O que você faria se pudesse reviver um momento? É difícil escolher porque não temos um único momento feliz, pois em cada fase da vida existe algo que gostaríamos de viver novamente. A saudade ou as pessoas que convivemos e partiram, ou até mesmo quem você já foi um dia, e o tempo transformou.

Da infância, sentimos saudades dos momentos em casa, das brincadeiras, dos amigos, da vida gostosa que é ser criança, e passa tão rápido. Aliás, é a fase mais curta da vida. Infelizmente nem todas as pessoas têm boas lembranças, mas alguma coisa sempre tem.

A adolescência marca a transição mais complicada e dolorosa, nem adulto e nem criança, é uma enorme confusão na cabeça, sentimentos e incertezas, mas na qual, de certa forma, já começam os planos e a responsabilidade de se preocupar com o futuro, coisa que na infância não existe.

Ser adulto não é fácil, mas tem lá suas alegrias e conquistas, amadurecemos e começamos a nos desinteressar pelas ilusões da vida. É um caminho de muita responsabilidade, fase na qual nos vemos soltos e em que todas nossas escolhas darão o sentido do que fazemos. Se errar terá que enfrentar as consequências, mas assim é que aprendemos o que não se deve fazer, é assim que amadurecemos e podemos dar exemplos e conselhos aos mais novos. A vida é uma roda gigante, às vezes estamos em cima e outras, embaixo, e assim segue.

Nesses altos e baixos temos as alegrias e desilusões, mas em qual momento surgem as lembranças que gostaríamos de reviver? Sempre aquela que te faz lembrar quem você foi, o que vivia e os sentimentos que te guiavam, porque mesmo que seja jovem, já houve um momento em sua vida em que você não era quem é hoje, e isso nos dá saudade, isso nos leva para um passado que nem mesmo nos lembramos em que momento aquela pessoa ficou pra trás.

Por isso é importante resgatar numa brincadeira, num momento descontraído ou quando se der o direito de não fazer nada e trazer a criança que ainda habita em você para agora; nem que por alguns minutos, é necessário para não pirar. Louco todos somos um pouco, mas não precisa piorar.

Então me conta, em qual momento você gostaria de reviver sua vida? Aproveitando a loucura atual, vamos relaxar e, por alguns instantes, esquecer esse agora pesado e lembrar de coisas boas que nos dão aquela saudade gostosa, aquele momento que até o cheiro você consegue sentir. Vamos, relaxa, aproveita a emoção do Natal e lembre quem você era, talvez queira voltar essa pessoa perdida para agora, e não seria má ideia.

Pause sua vida por um instante

Pause por um instante. Eu sei que tem muita gente que não para pra ler por falta de tempo; por que não tem tempo pra ler? Não se perde tempo, se ganha tempo. Perder tempo é não viver os bons momentos da vida, não ouvir quem te procura, não dar o seu tempo para um filho mostrar o que aprendeu a fazer, não dar carinho, não dar amor.

O tempo não para, quem deve parar é você, e se não parar, aquele momento não voltará mais. Então vamos deixar de priorizar o excesso e dar importância à vida de verdade, àquilo que realmente importa e faz bem para sua saúde física e mental.

A exaustão diária nos faz pensar que não temos tempo, mas na verdade repetimos as mesmas coisas todos os dias, reclamamos das mesmas coisas, nos incomodamos com o acúmulo de responsabilidades, mas não mudamos nada para melhorar.

Nosso corpo avisa quando precisamos parar, é a maneira mais fácil de alinhar mente, corpo e espírito. Quando sentir confusão mental e não souber o que fazer, pause. Se sentir que sua vida precisa de mudanças, pause. Se precisa tomar uma decisão, pause.

Só nós sabemos os nossos sentimentos, e ele mora no coração, é ele que nos chama verdadeiramente para aquilo que desejamos. Isso não é uma metáfora, é a realidade. A rotina caótica que vivemos não nos deixa parar, e isso causa exaustão, principalmente mental, a mais difícil de relaxar, pois é preciso muita disciplina e vontade de parar. Pensar em nós mesmos deveria ser um hábito, não é egoísmo, é amor-próprio, cuidado consigo mesmo.

É difícil chegar nisso? Sim, é difícil porque levamos a vida no automático e ultrapassando nossos limites, não vivemos o hoje, vivemos o amanhã, mas o amanhã pode não chegar. A saúde não espera e nem da pause, ela te atropela e aquele instante que você não parou vai parar você.

Devemos entender que pausar é necessário. Faça o que gosta, exercite seu corpo, coma com cautela, ouça música, se conecte com a natureza, ande descalço, leia um livro. Se dê esse tempo, não exija de você mais do que você pode. Faça o seu melhor, mas nunca se esqueça, você é a pessoa mais importante. Do que adianta não pausar por um instante se sua vida pode acabar em um instante também. Pense nisso.

Se você fosse você

(Inspirado na crônica “Se eu fosse eu” de Clarice Lispector).

“Se eu fosse eu” (Clarice Lispector). E ela diz: “Parece representar o nosso pior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.” Se de fato fôssemos nossa verdadeira versão, certamente não seríamos aceitos. Imagine sair por aí falando tudo o que pensa? “O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa tudo o que diz” (Aristóteles).

As pessoas não aceitariam nossa versão, somos todos marionetes de uma sociedade moldada para justamente sermos aceitos. Mas então somos todos falsos e frustrados com nossas próprias vidas falsas? Talvez sim, talvez não, mas que não somos nós mesmos, ah! isso não somos.

Quando no trabalho tem que se engolir sapos bem atravessados já estamos contra a nossa verdadeira versão, nem tudo o que se pensa pode ser falado, então vamos engolir sapos. Nas relações – em todas as relações humanas –, temos pessoas das quais não gostamos, mas temos que conviver; não precisa ser necessariamente falso, bajular, no entanto, precisamos estar, apenas.

Há quem não tenha filtros, mas arruma confusão em todo canto. Ser muito sincero também não dá, temos que pensar antes de falar, quem fala demais e conta muita vantagem é arrogante. Afinal, as palavras às vezes ferem muito mais do que uma atitude, por isso é necessário pensar em tudo que se diz.

Se você fosse você qual seria o impacto que causaria em quem acha que te conhece? Até porque as pessoas conhecem o que deixamos que conheçam sobre nós, mas jamais esse conhecimento se torna tão profundo ‘às relações superficiais que temos com pessoas’.

Ainda tem quem siga os influencers, e quanta má influência tem por aí. Também não está sendo você, só que aí é cópia, é querer ser igual, quase uma inveja, sai totalmente da sua verdadeira essência, e nunca será igual, não existe essa possibilidade porque somos seres únicos, não dá para ser clone, isso é ilusão, ingenuidade, fantasia.

Você pode sim seguir o exemplo de outra pessoa em situações que vão te ajudar a crescer, a amadurecer e se tornar alguém digno de exemplo, não de inveja. Aprender com outra pessoa que te dê bons exemplos é muito válido, mas para isso é necessário o discernimento, para não cair em arapucas.

Portanto, ser nós mesmos sempre não é possível, e não porque vestimos personagens, mas porque não temos o direito de sair humilhando os outros ou de fazer o que bem entendemos. Há regras na vida, há leis a serem seguidas. Imagina se cada um saísse por aí fazendo o que bem entendesse! Antes de falar ou agir como quiser, pense: se você fosse você o que faria naquela situação? Faria para você o que faria para o outro?



 

Só a mãe natureza pode mudar

Qual a melhor maneira de se viver em paz?  Não dar confiança para o que os outros falam sobre você e não revidar, já é uma grande evolução; palavrinha difícil de ser engolida por pessoas rasas. Então para que perder seu tempo em querer provar quem você é com quem só enxerga a aparência? Já que por dentro não entende nada, e se entende, dói.   

Com tanta coisa ruim acontecendo no mundo, e ainda temos que enfrentar os leões do dia  a dia, como numa selva, no próprio teor da palavra. As coisas não andam nada bem, devemos encontrar a melhor maneira de continuar nossa vida sem entrar em confusões ou se distanciar delas, estar atentos àquilo que nos faz bem e nos eleva, tanto espiritualmente quanto como pessoa.

As notícias são as piores, está difícil saber de algo bom, não que não aconteça, mas não mostram. Desta forma, as mentes tornam-se massivas na negatividade, no medo, e quanto mais negativo, mais tragédias e maldades continuam a acontecer. A vibração do ser humano é que não colabora para a evolução do planeta, a raiva e o ódio que surgem a cada dia estão tornando a Terra um lugar sombrio, onde quase ninguém mais consegue enxergar o bem. Eu disse quase por que ainda existe, sim, gente do bem, gente querendo um mundo melhor, mas não basta querer, tem que começar a mudar.

E como começa? Fazendo o bem a quem precisa, não desclassificar o outro por raça, cor, credo ou orientação sexual. A cada maldade recebida, perdoe, e isso não significa que precise se reaproximar de quem te fez o mal, mas para ter paz no seu coração e nenhum sentimento ruim. Ninguém é obrigado a conviver com quem não te respeita ou te feriu, apenas afaste-se.

Já é momento de começarem as redenções ou será que ainda existe alguém que acredite que estamos sozinhos neste planeta? A revolta da natureza já é uma resposta disso. Não, não estamos sós, todas as tragédias são respostas ao desumano. Não seja tolo de achar que pode tudo, o mundo está sendo tragado e limpo, e não é por nenhum espertinho. Agora a mãe natureza é quem vai resolver tudo do jeito dela.

O abuso contra a mulher não para

Não tem jeito, eu tento não falar sempre, mas a situação de abuso contra a mulher não deixa de existir. Esta semana vimos que não tem posição social, a violência doméstica existe em todo lugar, seja o abuso qual for. Prova disso foi a apresentadora Ana Hickman, famosa, inteligente, bonita e bem-sucedida. Talvez a última alternativa tenha sido o maior motivo, independentemente do motivo da briga. Os machistas não gostam e não aceitam mulher bem-sucedida, independente e dona da sua vida. É onde começa primeiro o abuso psicológico, em seguida o físico. A raiva.

É possível identificar os sinais, mas na maioria das vezes é ignorado, identificado como nervosinho, ciumento, é jeito dele; mas não é. Um dia a violência se torna insustentável, e a mulher passa a ouvir frases destrutivas de autoestima, inviabilizando sua inteligência, chantagem emocional, controle financeiro, invasão de privacidade ou, ainda, atitudes que dificultam o seu direito de ir e vir, sua autonomia e  liberdade. Não é normal. A violência física, nem precisa falar, é inadmissível.

Tem muitas mulheres que se submetem a esse relacionamento por uma vida inteira sem perceber que é um abuso, ou por apego emocional, medo ou por condição financeira, sem condições de autossustento, e vive assim uma relação de medo.

Não é o caso de Ana Hickman, mas é o caso de muitas mulheres que dependem de um homem violento, tóxico e que faz com que se sintam seguras com eles apenas por uma casa, e às vezes uma vida confortável, outras apenas pelo medo mesmo.

Mulher nenhuma deve aceitar uma relação dessas, por nada. Qualquer relacionamento tóxico deve ser desfeito antes mesmo de que fatos assim aconteçam.  Uma pessoa que te ridiculariza na frente dos outros, fala ‘na brincadeira’ coisas que te ferem, menospreza seu talento, mexe diretamente na sua fraqueza, não merece seu respeito, porque respeito é mútuo, e se não for não existe relação. Um homem que não respeita a mulher, não respeita a própria mãe que lhe trouxe ao mundo.

Por isso, você mulher, que sofre uma relação abusiva, pense em você em primeiro lugar, procure ajuda, não sofra sozinha, denuncie e procure seus direitos. Sua vida vale muito mais do que viver ao lado de alguém apenas por migalhas. Para que viver assim, se pode lhe servir um banquete?

Crônicas, artigos e críticas literárias