O que mudou da geração dos anos 50 até hoje? Na década de 50 foi quando tudo começou a acontecer, principalmente no Brasil. A indústria automobilística se instalou por aqui, a economia do país começou a crescer, o desenvolvimento chegou, o Brasil não era mais um lugar à parte do mundo.
Surgiu a Bossa Nova, o ‘rock’ in rol, o chiclete, a brilhantina, o rabo de cavalo, as saias rodadas, a juventude começou a descobrir um novo mundo. A rebeldia estava presente, e a perspectiva de futuro era grande, muitos foram os jovens que brilharam em suas carreiras. O que diferenciava do nosso mundo de hoje era a educação que prevalecia no meio da sociedade, a hierarquia.
A partir daí, as próximas décadas viriam com mais transformações, na vida, no comportamento, nas conquistas e lutas pelos direitos. A política era relevante, a população era engajada, mas a repressão tomava lugar preponderante, e muita coisa aconteceu. Jovens foram torturados, exilados, a imprensa não tinha liberdade, o medo predominava. Os jovens dos anos 60 e 70 que sofreram com sua coragem na mudança do comportamento, no sexo, na paz e amor dos ‘hippies’ que transformariam uma geração.
Nos anos 80 foi a revolução no modo de vida, no crescimento econômico, as diretas já, que mudaram totalmente nossa história. Em 1985, o Brasil se libertou e nossa sociedade passou da ditadura (regime militar) à democracia. Foi um período histórico, que tenho orgulho de ter vivido, hoje estudado e processo importante do nosso país.
A discoteca, as músicas inesquecíveis daquela época, a moda de lurex, calça boca de sino, os cabelos femininos, como Farrah Fawcett, o ‘glamour’, a vida de verdade sem ostentação, simplesmente com vontade de viver intensamente, estudando, trabalhando e tendo em vista um futuro num país que tinha tudo para chegar ao topo do primeiro mundo, com seu povo alegre e acolhedor. Mas a partir do fim dos anos 90 as mudanças, ainda mais radicais, nos inseriram em um novo século, que mudaria tudo o que não imaginávamos; então, o que aconteceu depois do ano 2000?
Parece que tudo virou de cabeça para baixo, ainda que nos sintamos transformados com a chegada da ‘internet’, do celular e da aposentadoria da velha e boa máquina de escrever, foi bom. Tudo começou a mudar rápido, as transformações não pararam de chegar, nem tínhamos nos acostumados com uma coisa e já vinha outra. Isso começou deixar as pessoas ansiosas, com sede de informação, e com pressa de tudo. De um ICQ e MSN só no computador passamos para um ‘smartphone’ que faz tudo. Filma, grava, manda mensagem, liga, recebe ligação, faz foto de todo tipo, fala e, ao que parece, fotografa seu cérebro também.
Imagina você lendo uma propaganda e de repente começa a aparecer em tudo o que você abre no celular! Daí você pensa. Como sabe que eu quero ver isso? Pois é, essa tal tecnologia sabe tudo mesmo, até o que você pensa. Dia desses assisti a um vídeo que falava sobre isso, fiquei assustada ao saber que esse pequeno aparelho que carregamos nossa vida dentro pode ser o maior traidor, mas no qual confiamos. Será que isso é bom? Eu acredito que não, quero ter liberdade e privacidade nos meus pensamentos, não quero que um computador tenha domínio sobre mim nem que destrua vidas por tanta facilidade.
Existem meios para tudo, te rastreiam e podem te colocar em situações bastante complicadas com toda essa modernidade, que, ao mesmo tempo que é bom, não é. Um assunto bastante difícil de falar, afinal muita gente gosta de tudo isso e não imagina como é viver sem. Mas, assim como eu, muita gente sabe como era receber um telegrama, uma carta de um amigo distante, ligar do orelhão e acabar a ficha no meio da ligação, levar convite de casamento na casa dos convidados e servir picles espetado no melão envolto com papel alumínio.
É, era simples, diferente, mas a gente era mais feliz. As fotos que a gente tirava só ia ver depois que revelava, algumas queimavam, outras saíam sem cabeça, e estava tudo bem, porque o sorriso na foto era por pura felicidade e não para provar uma felicidade que não existe. A discoteca era um lugar para dançar, se divertir e poder dançar aquela música lenta com seu crush, palavra que nem existia naquela época. Aliás, existia sim, mas era marca de refrigerante. Os amigos eram de verdade, a vida era mais simples, o amor era de verdade, a comida não era gourmet, ninguém tinha vergonha de gostar de pão com mortadela. A gente era feliz. E você, é ou ainda é feliz?