“Ser mãe é padecer no paraíso.” Qual será o sentido dessa frase? Quem será que inventou? Uma mãe desorientada, um psicólogo, um filósofo?
É, a maternidade é o maior aprendizado do amor, do cuidado, da proteção, mas também ensina o quão difícil é ter que falar duras palavras para quem se ama incondicionalmente; ferir aquele pedacinho seu.
Ao mesmo tempo que uma mãe se sente plena com a maternidade, sente-se tolhida, como se não fosse só uma pessoa, pois vive dois, três, quatro; quantos for necessário. O mais difícil é se fazer entender que não importa o número, o amor sempre será o mesmo, a proteção, o cuidado, tudo se multiplica num coração materno; todos são um pedacinho nosso.
Mas esse paraíso tem alguns espinhos no caminho, e às vezes pisamos neles, e daí vem a dúvida, errei muito ou pouco? Feri? Sim, feriu, mas nunca é por mal, é sempre por excesso de amor. Mas os filhos não entendem, e aquela palavra, aquele conselho, doem como um punhal, ecoam na consciência para sempre, como se sua mãe vivesse na sua mente. Pior é que carregamos essas palavras como uma herança. E mesmo que um dia tenha nos feito mal, quando menos esperamos, repetimos com nossos filhos. Carregamos esse paraíso por gerações, e as palavras passam e continuam a doer.