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Amor sem fronteiras

As diferenças sempre existiram, mas quando se trata de sexualidade o preconceito aparece. Já falei em outros textos sobre estarmos no século XXI e ainda existir tanta dificuldade em aceitação, seja de opinião, modo de vida, escolhas; onde está inserida a sexualidade. Qual o problema de uma pessoa se sentir feminino ou masculino? Alguém já ouviu falar que amor só existe entre gêneros diferentes?

Antes de mais nada, existe uma pessoa naquela pele, sente medo, vergonha, uma confusão enorme dentro de si. Muitas vezes essa aceitação, antes de tudo, é difícil para a própria pessoa, que não se sente um homem ou uma mulher dentro daquele corpo, mas isso não é levado em conta quando o assunto é apontar o dedo e julgar.

Se há pessoas que mudam o gênero, há também quem mude muitos outros comportamentos mais controversos e que não chegam a causar um sentimento tão danoso quanto o ódio. Agora, pergunto, o que leva um ser a sentir ódio por uma escolha que não é sua? Qual o prejuízo que um desconhecido causa na vida alheia pela sua escolha?

O amor existe entre pessoas, amar é um sentimento, não uma imposição, tanto que se fala que o amor não se escolhe, o amor é cego; só para gêneros diferentes? Desconheço essa regra.

Como defendo sempre o respeito, não poderia ser diferente nesse assunto. Não concordo com violência, com humilhação seja qual for o motivo, seja o feminicídio, o homossexualismo, racismo, religião ou qualquer outra situação que constrange uma pessoa, ou que chegue ao extremo de matar. Não, isso não é tolerável.

Essas pessoas têm família, têm vida e devem ser respeitadas. Se você não aceita, tudo bem, é seu direito, mas não julgue, não sinta ódio, pois você não sabe o que aquela pessoa já passou ou ainda passa por não ser como os outros esperam. Uma atitude mal pensada pode acabar num grande problema, que talvez nem sequer vai saber o tamanho da tragédia que provocou.

Quantas coisas não aceitamos e convivemos mesmo assim? Como não respeitar uma escolha se ela não é sua? Todos nós temos as nossas próprias escolhas. Então leve pra sua vida aquele ditado: “Não faça para os outros o que não gostaria que fizessem com você”. Respeite e será respeitado.

Para tanto, serve como lição, uma frase do escritor português José Saramago:

 “Se antes de cada ato nosso, nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar.”