Impressionar é impressionante

É estranho, particular, único a forma como se faz impressionar. Para alguns é despir-se de palavras sem censura, para outros se despir de corpo e alma, e para tantos outros é simplesmente chegar; sem despir-se de nada. 

Tem quem faça de tudo e não impressiona em nada, apenas aparece e sai de cena. Impressionar é fazer algo que agrade, que interesse, que seja útil; impressionar não é aparecer pra virar assunto.  

É impressionante o que se faz para impressionar, vale tudo no mundo da internet, gravar um vídeo dando risada, falando besteira, inventando situações, aparecer pintado, fazendo careta; quanto mico pra pouca importância, quanta exposição pra ter seguidores. Agora eu pergunto, seguidor do quê?  

É, impressionar não é fazer besteira não, é ter identidade, ter originalidade, saber fazer algo que seja útil, que vale a pena, que ensine e acrescente no seu livro da vida. Impressionar tem que ser impressionante para que a impressão seja de aplausos não de “o que é isso?” 

preconceito

Preconceito significa pré-conceito, quando se pressupõe alguma coisa sem conhecimento, sem fundamento, repúdio, aversão a algo ou alguém. São inúmeros os motivos descabidos para esse tipo de comportamento, colocando pessoas em situação de completo desprezo, por uma condição a qual consideram inferior, desprezível. Mas quem é superior a quem? Existe mesmo uns melhores que outros ou piores? O que pode colocar um simples mortal no pedestal e outro no chão? Classe social, cor, opção sexual, ou quantas outras características inventadas para o ego? 

Em qual momento o mundo ruiu dessa forma? Quantos valores avessos, quanta desordem, maldade, em nome de uma vida falsa, vazia, sem amor, sem significado real. A busca tornou-se o nada, o amor ficou em segundo plano, a bondade perdeu lugar nesse mundo de faz de conta. Eu sou, Eu posso, Eu tenho deu lugar ao psicótico. Anda junto a arrogância, a intolerância; não quero, não aceito, não concordo. 

É, a vida virou um jogo de interesses, quem pode mais; na verdade, ninguém. Estamos em guerra uns com os outros, não se aceita mais opinião, a ascensão, o diferente. O egocêntrico tem destaque; a maldade, o errado, isso todos querem ver, é notícia, é assunto. Ser diferente é estar fora da atualidade, o melhor é ser igual. “Alice no país das maravilhas” é pra lá que eu vou. 

Qual é o seu nome?

Em algum momento da vida muitos de nós já tivemos a impressão de perder a identidade, ou porque se aprisiona a alguém ou a um propósito. Dedicar-se totalmente, seja lá o que for, não te direciona a um caminho, te deixa estagnado, longe da sua verdade, longe de quem você realmente é. 

Deixar a sua realidade só te fará amargurado, frustrado e deprimido. Quantas pessoas vemos dessa forma por não ter sido o que sonhava. Quantas vidas já fizeram um caminho inverso por acomodação, medo de tentar, medo de enfrentar. 

A vida só tem sentido quando damos sentido a ela, quando encaramos os desafios e a vontade de ser quem se quer. Se permitir inserir onde quer que seja. Ninguém tem o direito de tirar isso de você. 

Ter um nome não é simplesmente ser a ou b, atrás daquele nome existe alguém que é, que faz, que tem personalidade própria. Veio ao mundo para uma missão muito importante, ser feliz.  

Eu sou uma pessoa, com nome, sobrenome e dona da minha imagem, daquilo que sei e do que aprendo todos os dias. E você, qual é o seu nome?  

O passado é uma roupa que não nos serve mais

Apenas uma coisa não importa mais, o passado. Não tem mais como mudar, se foi ruim – passou, se foi bom, passou também. As vezes lembramos com dor, com arrependimento, com mágoa; mas pra quê se não vai mudar? É melhor esquecer. A mágoa ou tudo o que nos faz triste, faz mal pra saúde, adoece a alma. Lembrar do que foi bom faz bem, volta a sensação de prazer, volta o momento de encantamento, de saudade, mas também passou. 

Vivemos o presente, o agora, não dá pra deixar passar, é preciso fazer, viver, alcançar os seus ideais, porque um dia será um passado, mas se não for bem feito no presente, vai doer. O nosso passado é importante para o nosso crescimento, experiência. Olhamos e não nos vemos naquela pessoa, talvez hoje faria tudo diferente; mas não era para acontecer hoje, era lá mesmo, no passado. 

Um pouco louco isso, um pouco sábio, mas se hoje nossas roupas já não nos servem mais, que dirá o passado, quando era mais jovem ou menos velha, era uma menina, ou uma mulher – um pouco jovem, mas hoje não sou mais. Daqui há alguns anos hoje terá passado, será um passado, mas eu também não serei mais a mulher de hoje, serei do passado. 

Quem é a sua família?

A família é o maior bem que podemos ter, é onde encontramos suporte para enfrentar os altos e baixos, amor e acolhimento. Nos tornamos adultos de acordo com a infância que tivemos; o que se carrega para a vida, é o que aprendemos nos primeiros anos de vida. 

Por esse motivo, a família tem um papel fundamental. Grande parte dos problemas que enfrentamos, são decorrentes de traumas, principalmente na infância. A criança nasce pura, sem conceitos ou maldade, somos nós, os adultos que ensinamos os nossos conceitos e crenças. Por isso o alicerce deve ser muito bem pensado, os exemplos nas atitudes é que determinam o que se aprende, de nada adianta falar se os atos são outros.  

Nenhuma família é perfeita, mas devemos honrar pelo básico, respeito e educação, pilares de uma vida equilibrada, e isso aprende-se em casa. Uma família desequilibrada cria filhos desequilibrados, sem rumo, sem um caminho definido, crescendo e conhecendo um mundo sem saber seu papel. É aí que os problemas começam a aparecer. E a família onde esteve que não mostrou o caminho, não estava presente? 

Traumas, tristezas profundas – depressão – medos, incertezas; ninguém nasceu assim, então em que momento isso se criou? É preciso tocar na ferida para se libertar, entender os seus problemas. A família não teve a intenção de ferir, mas cada um traz consigo sentimentos diferentes uns dos outros. Dentro de uma mesma família os irmãos não são iguais, são criados pelo mesmo pai e mesma mãe, mas são pessoas diferentes, recebem uma mesma bronca, mas a encaram de outra forma, uns ferem, outros não. 

Mas a base de tudo é o amor, se houver amor, carinho e respeito, já estamos a meio caminho andado para ser feliz no núcleo familiar, o resto enfrentamos com mais facilidade, entendendo que o outro não tem culpa de ter acontecido isso ou aquilo comigo. Vou entender que eu erro também, e posso reconhecer isso. Mas para que seja assim deve existir amor, o alicerce de tudo na vida, sem amor nos tronamos pessoas amargas. Liberte-se, acredite que você pode ser feliz, enterre sua tristeza, perdoe seus pais, eles só estavam tentando acertar. 

O prícnicpe caiu do cavalo

O dia que você nasceu o mundo já estava pronto, certo? Alguém te disse que poderia mudar as leis e regras estabelecidas ao longo da sua vida? Fazendo uma reflexão simples, chegamos à conclusão que já estava tudo pronto, como se tivéssemos um manual a seguir, sendo que se ousar a seguir diferente terá que enfrentar uma sociedade que vai te olhar torto, caso não siga as regras da vida. 
 

Imagina só uma mulher que não sonha com o casamento de véu e grinalda, ou mais que isso, quer ser mãe, mas não quer casar. Trabalha, ganha bem, é independente, mas quer viver sozinha, ter liberdade, não sonha com o príncipe encantado. Como assim? Então vamos lá. Abordo esse assunto com total liberdade e respeito por opiniões alheias, mas fala sério, a vida é uma regra de fases, e ai de você não cumprir, te cobram como se fosse obrigado a ser exatamente aquele robô, que durante várias encarnações seguiu as regras como se a vida precisasse passar por fases, como num jogo. 
 

Nasce, cresce, fica grandinho e já começam as cobranças: terminou o Ensino Fundamental, o Ensino Médio, vai fazer Faculdade, qual? Namora? Vai casar? Casou? Quando vem o herdeiro? E o segundo? E não para. Imagina a mulher que não quer casar? Precisa ter coragem e voz para se impor diante de tantas regras que não precisamos seguir. Ser quem se quer ser é uma das tarefas mais difíceis, diante de um mundo que já está pronto quando chegamos. Quebrar regras é desafio, é coragem. 
 

As mulheres, não generalizando, não sonham mais com a carruagem e o príncipe que fará o “Felizes para sempre”. Hoje, as novas mulheres enxergam diferente, ficam anos com a pessoa, ou moram juntos por um tempo, ou cada um no seu quadrado, ou nunca. O casamento é um sonho que está desabando, o bom mesmo é sentir saudade, sentir vontade, sentir, simples assim. O dia a dia acaba com qualquer sonho, enterra, afoga, destrói o sentir. 
 

Se temos o livre arbítrio porque somos escravos de regras? Me refiro a regras a serem seguidas para a nossa evolução enquanto pessoa. Podemos ser um profissional acadêmico ou técnico, ser autônomo ou contratado, casar ou não, namorar ou não, essas regras. Já as de comportamento em sociedade, como respeito, direitos e educação, essas são nossa obrigação enquanto seres humanos, gente, cidadãos. Devemos seguir para uma boa convivência. Podemos e devemos escolher aquilo que se quer, sem ser egocêntrico ou arrogante, sendo apenas você. Fique atento, escolha seu caminho, mas não se esqueça que o outro tem o mesmo direito. Respeite. 

O medo de sentir medo

Eu tenho medo. E você, tem medo ou prefere chamar de cuidado? Mas tem quem tenha medo de falar que tem medo, porque a palavra atrai o medo. Mas, se você entra no avião, senti pânico, pensa que pode cair, sabe Deus quantos quilômetros de distância está do chão, sua frio, passa mal, isso é medo ou receio? É medo! Você passa à noite, sozinho, numa rua deserta, tem medo ou receio? Medo! Aprendeu a dirigir, mas não pega o carro, é medo ou receio? Medo! 

Então por que tem quem diga que não é medo? Não pega bem, é melhor ter receio. De nada adianta trocar a palavra, o sentimento é o mesmo, e sua mente, não mente. Portanto, só deixará de sentir medo quando enfrentar o que te aflige, somente você pode matá-lo. Enquanto isso não acontece, você tem medo! 

E depois de amanhã?

Amanhã pode ser tarde, imagina depois de amanhã. Vai bater o arrependimento, a tristeza; eu devia ter feito, falado, batido, beijado, mas não fiz. Daí vem o “se”; se não fez, não era pra ser feito. Na vida não existe o acaso, existe o certo. Às vezes algo não acontece porque não é para acontecer, não adianta forçar, não seria bom, não te pertence.  

Chega depois de amanhã, e aí sim se conhece a resposta, com mais calma, refletindo e conformando com o resultado, pois não seria positivo. Que bom que me foi tirado, que bom não ter feito, depois do feito, não há o desfeito, é pra sempre. 

Talvez ainda chegue o dia em que os humanos pensem mais antes de agir, assim passará por menos frustrações e arrependimentos por situações que jamais se desfazem quando malfeitas. Uma palavra, um gesto que poderia ser evitado, mas não pensado, pode atrapalhar uma vida inteira. Pense antes de agir, o depois de amanhã pode ser um alívio. 

O tempo não para

A gente corre contra o tempo, e ele não para. Você chora, 

sofre, entra em desespero, mas o tempo não para. Enquanto 

você sofre e chora tem alguém chorando de felicidade, de emoção. 

Outras tantas estão trabalhando, discutindo em reuniões ou tramando 

contra, rindo e falando. E o tempo não para. 

O avião levantando voo, outros aterrissando no destino que alguém queria muito conhecer ou chegando para ver quem fazia anos que não se via. Outros de volta para casa, ou para o trabalho. Os carros passando, buzinando, brigas, batidas, gente correndo de carro e a pé. Mas o tempo não para. 

Gente morrendo, gente nascendo, gente morrendo de emoção, gente morrendo de rir, gente morrendo de medo e de alegria. E você aí chorando, mas o tempo não vai parar para sua dor passar. O mundo tem pressa, a hora passa, os minutos voam e os segundos são instantes. O tempo não para e não tem replay para vir onde errou ou que momento acertou. 

Tudo acontece no mesmo instante que você chorou… 

Chorão

O livro ‘Se não eu, quem vai fazer você feliz?’ de fato é uma história de amor. O leitor não vai encontrar a vida do Chorão desde pequeno, seus dramas de família ou percalços da adolescência até a vida adulta. É uma história de duas pessoas que tiveram aquele encontro ‘casual’ na hora certa.  

A história discorre de quando e como se conheceram, todas as fases que passaram juntos em quase vinte anos de convivência e muito amor. As conquistas profissionais e pessoais, fatos engraçados e dramáticos, mas principalmente a pessoa atrás daquela imagem, um homem sensível, focado no trabalho e com muito amor no coração. 

Sofreu muito com a morte do pai, também com as brigas na banda, as críticas que recebia dos fãs, os problemas que surgiram com o sucesso. Tudo isso levou o ídolo que fazia a plateia interagir com ele como nenhum outro a sair de cena precocemente. Isolado, sem que ninguém pudesse fazer nada. Nunca mais voltou aos palcos. 

Uma história gostosa de ler, que conta fatos muito particulares da vida de Chorão e Graziela, uma trajetória feliz, mas com desfecho trágico. Leitura rápida e de fácil entendimento, que, com certeza, vai levar os fãs mais sentidos com sua morte a entender melhor como foi a verdadeira história.  

Resenha

Um rapaz bonito que chamava a atenção por onde passava, usava um skate nos pés e um jeito marrento de ser, mas só quem o conhecia sabia que aquilo era só um escape para o rapaz mais tímido e amoroso que existia atrás daquela aparência. Um poeta, um homem apaixonado, que de tanto amar preferiu sair de cena antes para não deixar o seu amor ficar infeliz ao seu lado. Um ato de amor. 

Conheceram-se em 1994. A primeira troca de olhares foi no calçadão de Santos, daí por diante o ‘acaso’ não parou mais, até que se encontraram numa balada da cidade. Sem saber que era ele, Graziela avistou de longe um rapaz com uma mecha de cabelo vermelho fluorescente. Decidida, foi até ele para falar exatamente sobre esse detalhe; quando ele se virou, viu que era o Chorão. Logo depois disso passaram a se encontrar, até que começou o namoro, da forma mais tradicional, o pedido oficial. Daí surgiu a música ‘Proibida pra mim’. A banda explodiu em 1996, com uma demo entregue a Tadeu Patola que chegou às mãos de Rick Bonadio, e assim o Brasil conheceu ‘Charlie Brown Jr’. 

O amor desse casal foi algo difícil de imaginar que possa existir, com cumplicidade, respeito, parceria e muito amor envolvido. Conheceram-se quando ele ainda não era nada, passaram dificuldades juntos, caíram várias vezes, mas nunca desistiram nem do amor nem do sonho. Ele tinha um propósito na vida, dar uma casa para a família. Conseguiu muito mais do que isso, conquistou o que nunca imaginou que fosse capaz de conseguir, ao lado daquela que esteve junto em todos os momentos, e isso pode ter sido o pilar que sustentou sua vida por mais tempo. 

A banda ‘Charlie Brown Jr’ passou por duas fases difíceis; a primeira foi desmontada pela saída de todos os integrantes, o que deixou Chorão arrasado. Na segunda, não só teve problema com a saída de Pinguim, também como um processo que tirou a paz de Chorão, mas também com os inúmeros compromissos burocráticos e shows, que só cresciam. 

Não havia nada errado com a banda na época de sua morte, mas havia muita coisa errada com Chorão. Não conseguia se livrar das drogas, não se sentia mais feliz com aquilo tudo; procurava algo para fazer sentido em sua vida. Como forma de não levar seu grande amor para baixo com ele, saiu de casa alguns meses antes da sua morte. Dizia que ia voltar, mas o seu estado não permitia que voltasse. Foram inúmeras as vezes em que Graziela tentou tirá-lo daquela situação. Ele até concordou com um primeiro tratamento para se livrar da dependência química, mas não prosseguiu. 

Foi então que, em 6 de março de 2013, o Brasil perdeu mais um ídolo do rock nacional, mais um poeta, mais uma banda que poderia estar aí com suas letras sensíveis, algumas nem tanto, mas feitas através do coração que batia naquele peito que transbordava amor.  

Não encontrei uma pessoa rude e pesada nas páginas desse livro. Conheci um Chorão que não se via nos palcos, aquele jeito despojado de ser parecia ser a sua melhor versão, mas não era, a sua melhor versão era o Alexandre, o homem, o marido, a pessoa atrás dos bastidores, e esse quase ninguém conheceu. 

Tem uma fala de Graziela no final do livro que diz: “Atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher”, mas para ela “esse ditado nos deixa, como mulheres, numa posição coadjuvante. Não há um real reconhecimento de que a “grande mulher” também trabalhou, lutou e sofreu, não participou apenas da colheita e das alegrias”. 

 Eu digo: Ao ‘lado’ de um grande homem existe uma grande mulher. 

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