Passamos a ser avaliados por números, seguidores e curtidas. Quem somos, qualidades enquanto pessoa, talento, conhecer o ser humano por trás de uma página, não interessa. Se você tiver milhões de seguidores e ser pop, está pronto para qualquer coisa, por mais ridícula que seja.
A internet nasceu pela evolução do mundo, por mais informação, estar mais próximo. Como que um artista pode ser avaliado por um número? Se tiver tantos seguidores é top, se não, esse não rende milhões. O mundo é capitalista, as pessoas são movidas a dinheiro, status, ego.
Na época dos festivais da TV Record, o artista era exposto ao vivo em rede nacional, davam a cara a tapa, eram vaiados, amados, aplaudidos ou escorraçados dali, mas não desistiam, não tinham números, tinham talento e sempre tinha quem enxergasse o potencial.
Imagina se não tivessem visto Caetano, Gal, Gil, Chico, Elis, Rita Lee, João Gilberto entre tantos outros ícones da nossa música. Investiram, lapidaram e puseram nas rádios, tvs, shows. Hoje querem números, artista pronto, chega, grava e rende milhões para quem só fica atrás dos números da internet.
Nem imaginam o que há por trás de artistas anônimos sem muitos números, porque a internet acabou com a qualidade da nossa música. Música boa, só quem gosta da bossa nova, mpb das antigas é quem sabe o que é de verdade.
Nossos jovens ficaram nas mãos de pessoas gananciosas, que fazem virar sucesso só o que interessa monetariamente, emburreceram, apelaram, ensinam a como não ser nada. Que pena, já dizia Rita Lee, “O que foi que aconteceu com a música popular brasileira”, e olha que nem se pensava em chegar nesse nível, a frase nunca esteve tão atual.