O livro retrata a intensidade vivida por João Marcelo nos poucos 11 anos ao lado de sua mãe, Elis Regina. A história é impactante logo no começo, como se ali houvesse uma criança relatando um sofrimento calado, uma ruptura repentina que mudaria sua vida.
Fala sobre o envolvimento de Elis com as drogas, da perseguição que sofreu ao ponto de ficar sem telefone para não ser gravada. Desmistifica a situação na qual a imprensa colocou seu pai, Ronaldo Bôscoli, como vilão, reconhece seus erros, mas compreende e fala com carinho sobre o pai.
Tem repúdio a certas pessoas que conviveram com sua mãe, sem dar nomes. Chama de vampiros, parasitas, puxa-sacos, bajuladores, encostos, que logo depois da sua morte sequer deram apoio a ele, uma criança de 11 anos que sofreu a angústia da perda da mãe.
Mas também tem passagens divertidas da sua infância, uma criança levada. Elis é retratada como uma mãe doce, mas severa, que em meio à sua vida atribulada entre shows e viagens, nunca deixou de estar presente. Envolveu-se pelo mundo da música, chegou a acompanhar a mãe em Los Angeles com Tom Jobim. Aprendeu tudo sobre produção, gravação e esse foi o seu futuro. Fala com muito carinho dos irmãos, Pedro e Maria Rita, e do padrasto César Camargo Mariano, por quem tem muita admiração.
Um livro dinâmico, com uma linguagem clara e relatos íntimos de uma artista talentosa, amada e intensa, mas que ao se envolver com as drogas e dois casamentos desfeitos, deixou de acreditar nela e no seu potencial. Perdeu-se num vazio que a levou à morte precoce.
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