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Qual pessoa você se tornou?

Quando você se olha no espelho, o que vê? Um rosto feliz, satisfeito com a vida, orgulhoso de quem você é, ou uma pessoa seca, infeliz, revoltada com a vida, amarga? Já parou por um instante para pensar em você, em sua vida, em quem se tornou, era essa pessoa que queria ser de fato? O que a sua criança queria, aconteceu?

Essas perguntas são difíceis demais para nós mesmos respondermos, e sabe porquê? Não temos coragem para olhar para dentro de nós mesmos, não sabemos lidar com nossos conflitos, mágoas, decepções. Preferimos seguir sem pensar se está certo ou errado, achando que o ‘sou assim mesmo’ não pode mudar. Pode sim. É muito cômodo usar essa frase e continuar se machucando como se não houvesse outra forma de viver, às vezes apenas não aprendeu que a vida só depende de nós. Erros e acertos são nossos, se arrepender faz parte, mas não favorece em nada, ao contrário, nem sempre o Universo volta atrás.

Amor-próprio, se autoanalisar e corrigir seus erros são virtudes. Mudar suas expectativas, suas reações diante de cada coisa ruim que te acontece, só fará bem para você mesmo. Aprender que nem tudo é como a gente pensa é o primeiro passo para ser feliz. É preciso entender os outros sem julgamento, cada um tem sua história, e não sabemos tudo do outro, às vezes nem de nós mesmos.

Aprender a se amar e entender que erra, que os outros também erram, que seus pais erram, que o mundo erra e ninguém sabe tudo, mas aprender a se entender, e compreender suas imperfeições, é um passo para começar a entender as imperfeições do outro. Se você não é perfeito, por que o outro tem que ser? Se você não consegue se resolver, por que o outro tem que aprender a se resolver? Todos nós somos imperfeitos, então porque tanta cobrança, tanto julgamento?

Quando se magoa alguém, está magoando a si mesmo, a sua vida. Tenha em mente que a vida é igual para todos, mas cada um tem uma história, e você pode estar ajudando alguém a piorar o que já está ruim. Não seria melhor ser a pessoa que ajuda? Enquanto o mundo tiver apenas pessoas sem união, nada mudará. Um é pouco, mas juntos construiremos um mundo melhor.

Por Maristela Prado

O que você quer ser? Só depende do meio

“Eu sou o início, o fim, e o meio” (Raul Seixas). Esta frase diz algo muito maior do que se possa imaginar, cantamos porque decoramos o refrão, mas não tomamos a dimensão do que significa. Por que o meio está por último? Somos o início e o fim, mas o meio nós é quem fazemos acontecer. Toda a nossa vida depende das nossas atitudes, seja qual for o assunto. Você Quer ser amado, mas não age de forma que a outra pessoa te ame com o respeito, carinho que deseja, e sabe por quê? Você não oferece o mesmo, mas quer receber.

A sua vida profissional também é feita a partir de suas escolhas, como age com as pessoas, e como reage, também quer dizer muito sobre você. Não adianta falar bonito e não fazer o que fala, ou você é ou não é. Como diz o ditado: “Faça o que eu falo, mas não faço o que eu faço”. Por quê? O que se diz não diz nada sobre você, mas o que você faz diz tudo. Há uma singela dissimulação entre a linguagem e o comportamento.

Não raro nos deparamos com pessoas mostrando como devemos viver, como se fosse uma bula ou receita, é só seguir e será feliz. Não, não existe fórmula milagrosa para viver, existe escolha e, no fundo quase ninguém sabe o que quer de verdade. Segue o caminho do gado, mas junto carrega a insegurança, o medo, a decepção, o certo e o errado, e não chega a uma conclusão.

O início é tudo o que se aprende com os exemplos da família e do que se vive, a sua verdade; cada um tem a sua. O fim chega para todos, não sabemos quando nem como será, apenas sabemos que caminhamos para isso. Não pensamos, vamos dormir todos os dias com a certeza de que acordaremos no dia seguinte, mas quem sabe o dia seguinte? São as duas únicas certezas que temos, o início e o fim.

O meio, esse só depende de nós, o que faremos com o que aprendemos no início, seguirá para o bem ou para o mau. Sua vida depende exclusivamente de você, até pode se dar bem fazendo o mal,   mas um dia a conta chega, nem tudo é para sempre, nem o bem, nem o mau. A vida é uma gangorra, um dia está embaixo, no outro está em cima, e assim segue.

Faça sempre a melhor escolha, não só para você, mas também para quem está com você. Ninguém passa a vida sozinho, sempre passarão pessoas, umas ficam, outras se vão, mas passarão por você. Qual a lembrança que quer deixar? A força, a fraqueza, o medo, a coragem, a luz ou o medo de amar? O nada, ou desejo de amar? Assim como diz a música ‘Gita’, de Raul Seixas. Eu escolho a força, a luz e o desejo de amar, já que o amor é que rege a vida, então eu quero ser o amor!

Nem tudo é para você

Temos a tendência de achar que tudo o que queremos não se materializa, mas para os outros sim. Já pensou que nem sempre o que o outro tem é para você? Provavelmente sua jornada aqui é outra, existem outras portas a se abrirem, outros lugares, outras formas de conquistas. Por isso não devemos comparar nossa vida coma de ninguém, cada um tem seu próprio caminho.

Você pode gostar das mesmas coisas que o outro gosta, mas não necessariamente ser ou ter as mesmas coisas, ou as conquistas. Somos únicos, apesar de sermos iguais como seres humanos, mas não no caminho. Até nossa digital é única. Então, para que tanta comparação? A família que você nasceu também é única, seus valores, visão de vida. Nem nossos pais pensam como a gente.

É estranho tanta briga por coisas que nem tem tanto valor. Então, porque não lutar por seus ideais, ir em busca daquilo que só você é capaz? O momento que vivemos já não tem mais como aprender o que é viver, só os novos residentes da Terra é que irão caminhar certo, e nós não estaremos mais aqui para viver a vida que sempre desejamos, o homem se corrompeu por algumas notas de papel, mexeu com a cabeça, as emoções, o ego. Os sete pecados capitais estão sendo cometidos todos os dias, e quem vai mudar isso? Não vai mudar.

Não estou sendo pessimista, mesmo porque não sou essa pessoa, sempre olho para a frente e enxergo a luz, e ela vem para perto, estou sendo realista. Neste mundo capitalista e de mentes perigosas, não temos mais o que esperar. O que nos resta? Viver sem olhar para trás, fazer a sua própria vida sem esperar nada de ninguém, sonhar como uma criança, e acreditar que tem alguém olhando por você. Só assim conseguimos caminhar e realizar o que realmente viemos fazer. Vivendo estamos, e isso quer dizer que ainda temos algo a cumprir. Aproveite seu tempo.

Ridicularizar é engraçado. Viva a liberdade de expressão

A cada dia vimos mais absurdos acontecerem, e ainda com pessoas aprovando e defendendo criminosos. Crime é tudo aquilo que viola a integridade do outro, e na maioria das vezes são pessoas que circulam em torno de nós, ninguém que você olhe e sinta medo, como nos ensinaram. Pode ser um ator famoso, cantor, alguém da Hay Society, seu vizinho, parente, amigo, enfim, vivemos numa sociedade em que não sabemos mais quem é quem.

Claro que todo mundo leu, ouviu falar sobre a polêmica acusação a um humorista que desdenhou de uma raça, mas imagina é humor falar mal dos outros, ridicularizar, humilhar, ofender uma raça já massacrada desde séculos e séculos; e não foi só essa ‘piada’ desrespeitosa, acham que democracia é falar e fazer tudo o que pensa, existe lei, e deve ser respeitada. Vamos pensar como pessoas adultas e civilizadas, ter Liberdade de expressão é poder opinar, colocar suas ideias e ideais em debate, e mesmo assim, não se tem o direito de humilhar ou desqualificar alguém, se achar o dono da verdade. Tudo o que ofende diretamente é preconceito, que gera assédio moral, que é crime.

Será que existe alguém que se sinta feliz quando assiste a um bombardeio explodindo residências, hospitais, matando crianças e acha graça ou concorda com tanta maldade? Você acharia engraçado seu filho ou um parente, amigo, morrer numa guerra? Ou ser motivo de chacota por qualquer outro motivo? É humor, não é mesmo?

Ferir a integridade de alguém não é brincadeira, podemos ter algumas diferenças, mas no fim somos todos iguais, feitos da mesma matéria, ou será que a cor ou a condição diferente da sua muda os hábitos do corpo? A aparência bonita é mais importante do que a cabeça de quem sabe pensar e entender que há diferenças aparentes, mas não existe dinheiro que pague para não morrer. Deus não aceita suborno. Não adianta fazer um espaço protegidíssmo debaixo da terra, se vier um terremoto, vai ser o primeiro a sumir.

Será que algum dia aprenderão que não existe nenhum semideus na Terra? Não adianta fazer vídeos em defesa de quem não tem defesa, não adianta estar do outro lado do mundo e ainda falar mal do país que te enriqueceu. Só foi embora depois que ganhou muito aqui, porque lá nem um bom dia recebe. As novelas ou filmes não cometem crimes quando retratam uma realidade, estão prestando um serviço à sociedade, não estão ridicularizando ninguém. Palco não é para falar o que bem entende, palco é ter responsabilidade do que fala. Mas a vida virou uma comédia, não é mesmo? Então, para que vamos viver em paz se é melhor desestabilizar tudo? Afinal, enquanto perdemos tempo falando de criminosos famosos, o que é importante de se questionar e tomar atitude está esquecido, é para tirar o foco mesmo. Enquanto isso….

Você já olhou o jornal de hoje e viu alguma notícia sobre o que está sendo feito para a segurança das mulheres que sofrem violência todos os dias? Não é só em casa, é na rua, no trabalho, na escola, claro que não, isso não dá engajamento, mas garanto que muitas pessoas já viram o dia lindo da vida de milhares de influencers que nem terminaram o fundamental II. Assim como muitos não vão ler esta crônica, é muito longa e o assunto não interessa, afinal quantos são a favor do humor negro, assim que chamam né?

Por Maristela Prado

Era esse o mundo que você queria para sua vida?

Quando você nasceu, alguns meses depois tudo começou a ter um sentido na sua vida, imagens, cores, vozes, pessoas ao seu redor. Você começou a aprender o que é o amor, as relações, a sentir uma torcida na barriga e quando te davam alguma coisa para engolir passava sua fome; ou então era mesmo dor de barriga.

Passou mais um tempo e você começou a aprender a falar e entender o que as pessoas falavam com você, ter seus próprios sentimentos, fazer o que seus pais faziam, levantar-se do chão e conseguir ficar em pé e sair andando. Liberdade! O primeiro sentimento de se sentir livre. Ganhou brinquedos, experimentou comidas, sucos, água que refresca e mata a sede. Até ir para a escola precisava, e você queria conhecer, entender que temos amigos, e estávamos crescendo. Olhando as fotos víamos de uma maneira tão indefesa, e na escola ainda éramos indefesos, mas já sabíamos muitas coisas. Vocês fazem ideia de tudo o que armazenamos no cérebro ao longo dos anos? Temos como se fossem várias janelinhas, algumas ficam esquecidas, outras não esquecemos jamais, e outras dão gatilhos ao longo da vida, mas está tudo lá.

Hoje sendo um adulto, imaginaria que aquele mundo de muito amor, coisas bonitas, encantos com o que há de mais belo no mundo, a natureza, estaria agonizando como vemos hoje? Existe coisa mais linda do que uma flor desabrochando? O mar, o sol, o ar? É assim que vivemos, é assim que descobrimos o mundo. E o que fizeram dele? Está sendo devastado pelo homem, pelas armas, pelo poder; poder de que se ninguém vai sobreviver? E pior, nada se leva.

Estão matando pessoas inocentes, crianças sendo levadas ao mundo da maldade, mesmo sem antes conhecer a bondade. Será que não poderíamos fazer um mundo melhor para as futuras gerações? Somos tão ruins no que viemos fazer que não conseguimos mudar essa escuridão? E nossos filhos e netos, vão herdar a maldade que alguns lutam com todas as forças e armas para incluir na vida de todos, como se todos quisessem viver assim?

Ah, não mesmo. Eu não quero esse mundo cheio de trapaças, de mau caratismos, de maldade, de uns querendo acabar com outros pelo simples fato de não aceitarem seguir esse caminho; como se fossem crianças, quantos adultos birrentos temos em nosso meio, trouxeram a infância para a idade adulta, batem o pé e não aceitam, fazem errado, mas fazem do jeito que querem, e isso está levando a um mundo sem lei, cada um fazendo o seu mundo dar certo a qualquer custo. É isto o que estamos vendo acontecer. A guerra, por exemplo, é como se fosse isso. “Eu quero e acabou”, e os inocentes sofrem a birra do adulto mimado, do adulto que quer tudo para si e do seu jeito.

Eu quero um mundo melhor, nós podemos fazer um mundo melhor. Respirar ar puro, comer comida de verdade, e não envenenada para adoecer. Quero ter a liberdade do bebê que começa a andar sozinho, presenciar o amor entre as pessoas sem interesse, sem inveja, sem falsidade ou traição. A alegria que foi embora, o brasileiro não é mais o que era, o carnaval não é mais alegria, é exibição. O futebol acabou, não temos craques, temos estrelas, famosos e sem pátria. A beleza está em primeiro lugar, e em último o caráter. Pessoas lindas, vazias, sem cultura e ganhando dinheiro sem estudar, apenas por se mostrar. Alguns até fazem coisas erradas, mas são ovacionados por isso, já outros, ou melhor, a cultura em geral, é desprezada por quem sequer tem trabalho.

Essa é a vida que estamos vivendo, essa é a vida que estão apresentando às crianças que estão nascendo, mas essas crianças ensinarão a seus pais o que é viver de verdade, já estão nascendo com capacidade acima de todos os outros. Isso só pode ser a transformação do mundo, que certamente não será transformado por esses Homens doentes por dinheiro, por quem sujou a Terra. Serão as crianças, os seres mais humanos que já conhecemos. Eles aprenderão tudo o que foi dito no começo, a diferença é que levarão o amor, o afeto e as pessoas para um mundo melhor, onde o que vale mesmo é o amor. O resto, o que sobrou dos que fizeram o mal, vai para o lixo; sujeira é o único destino.

Por Maristela Prado

Existe o amor verdadeiro?

Será que alguém sabe descrever o que é o amor de verdade? Ou que existe o amor eterno? Falo sobre relacionamentos entre duas pessoas. Existem tantas juras de amor ao pé do ouvido, no altar do casamento, nos momentos de felicidade. Quantos são verdadeiros e seguem por uma vida? Já vimos casais que estão juntos há mais de cinquenta anos ou mais, e dizem que ainda existe amor. Depois de tantos anos juntos, formaram família, com filhos, netos, bisnetos, e a vida segue se multiplicando com o que aquele casal começou. Pergunto a você leitor. É o amor que está por trás de tudo, ou nos apegamos àquela pessoa, sentimos carinho, e ao olhar para trás vemos como tudo começou e aonde chegamos. Será que o amor pela família fala mais alto?

Não estou dizendo que não existe amor, claro que existe, toda relação começa por uma paixão louca, e isso eu sempre percebi; depois da paixão ou vira amor, ou acaba. Não sei se posso afirmar que a grande maioria se torna amor, mas tem muito casal junto há anos. É aí que entra a pergunta. Esse amor permanece o mesmo, apesar de tudo o que a vida nos mostra de forma nua e crua? Quantos casais suportam as pedras no caminho, os fatos que não planejamos, as curvas que não queríamos fazer, a poeira que levantou e te cegou, mas continuou? Foi o amor? E aqueles que não suportaram um ano, dois anos, que amor era esse que em pouco tempo acabou?

A paixão é a culpada de tudo, engana os seus sentimentos fazendo você acreditar que é amor, mas logo os desencantos aparecem, e em alguns casos permanece mascarado de amor, e carrega-se aquela união por anos achando que é amor. Mas e a família, a história que se formou? Parece que quebra uma perna, e a família fica sem apoio, falta alguém. Já os casais que duram pouco, não querem chegar nisso, preferem logo quebrar as juras que fizeram, perceberam que jurar amor eterno é um risco, principalmente quando esse risco é a sua vida, os seus sonhos, sua liberdade.

Não condeno ninguém, muito menos os casais que estão juntos há anos, mesmo porque a família é, ou deveria ser, o lugar mais seguro e mais amoroso para se viver, mas nem todos têm essa condição. Existem famílias completamente desajustadas e incapazes de sustentar um alicerce para os filhos. E isso não é de hoje, ninguém sabe o que se passa em uma casa, os problemas, traumas, agressões, mas na rua e nas fotos, todo mundo é feliz. Os problemas acontecem com ou sem amor, a diferença é como se lida com isso, e, principalmente, o quanto de amor se tem pela família, os valores, as atitudes, o que se aprende dentro de casa.

Ninguém nasce marginal nem agressor, toda criança nasce pura e tudo o que aprende é com os pais, com a família que pertence, e ela mesma vai formando seu caráter a partir do que vê, do que ouve, tudo é exemplo. Por isso, antes de decidir ficar com alguém, pense se é apenas paixão, porque depois que acabar essa paixão, sua sorte está lançada. Sua vida vai valer muito ou pouco. Aprenda a se amar em primeiro lugar, o segundo lugar é escolha sua e tem o direito de não querer, mas o primeiro lugar ninguém vai tirar de você.

Por Maristela Prado

Brincadeira de criança virou realidade de adulto

De repente mulheres adultas passaram a brincar de boneca, os bebês reborn. Será mesmo brincadeira ou problema de saúde mental? Até que ponto devemos levar o simples fato de querer ter um bebê que pareça verdadeiro, e fazer dele uma verdade doentia? Sim, não é normal levar uma boneca no pronto-socorro, com mala, roupa, fralda e todos os utensílios que se usa para um bebê de verdade. Fazer parto, levar no parque para passear no carrinho, alguns até nos brinquedos.

Sempre falamos muito em inversão de valores, mas agora já passou do normal. Não querer ser mãe não é um problema, é uma escolha, mas quando mulheres com família, filhos e netos de verdade adotam esse comportamento, é uma situação que deve ser de preocupação para os familiares, não uma brincadeira. A saúde mental está cada vez mais explicita e sem controle.

A falta de convivência humana está deixando a população doente, só se fala por mensagem, não precisa nem sair de casa para comprar nada, é só pedir pelo aplicativo, de comida a roupa e bebida, assim como fazer transferência bancária, pagar contas e muitas outras coisas que se imaginar. Conhecer alguém também vale. Pesquisar alguma coisa, saber endereço, IA faz tudo para você. E o contato físico, um abraço, olho no olho, calor humano? Está acabando.

A falta de afeto, a agressividade das pessoas, enganações, o crescimento desenfreado da tecnologia, transformando o mundo real em tela, mentiras, ilusão, tudo isso está se transformando em alucinação, fantasia da falta do afeto que existe. É como as crianças terem amigos imaginários, aqueles que a gente tem que conversar, dar a mão, dar banho no vazio, naquilo que não se vê, mas a criança vê, sente e brinca. É o que está acontecendo com algumas mulheres, não deixa de ser um bebê imaginário, só que tem forma, e você vê e pega, mas é um boneco, não respira, não reage. Isso é uma fuga.

O inverossímil, a brincadeira, é uma forma de fugir da realidade, esses bebês não te frustram, não te decepcionam, não te tiram o sono, é como se fosse cuidar de um bebê morto. Sair da realidade é uma forma de não lidar com as frustrações que a vida trás, o vazio, torna-se um afeto que faz falta, estamos diante de um problema de saúde mental preocupante. É isso que a vida atual está trazendo, desordem, desorientação, é um apelo por amor, como se falasse: “Ei, estou aqui”. Já vi um caso que foi parar na Justiça pela guarda de um bebê reborn. Não dá para brincar com a Justiça, é hora de se tomar uma atitude.

A sociedade está doente, as pessoas se perderam entre a realidade e a fantasia, o mundo real está pesado de encarar, o mundo está se esvaindo, mas os poderosos da tecnologia não têm dó, cada vez estamos mais envolvidos e vigiados. Quando todos enlouquecerem, não sobrará ninguém para contar o que foi viver no século XXI. Ou começa tudo de novo, ou vão acabar com a vida.

Por Maristela Prado

A vida é bonita

A mulher aprendeu a se calar, não dar sua opinião, aceitar tudo o que lhe era dado como culpa, por mais que faça, nunca é o suficiente. Não podemos mais deixar com que continue sendo assim, nem tudo é sobre você, nem tudo é culpa sua, o problema pode estar no outro, é muito fácil apontar o dedo para alguém e se livrar da culpa, é difícil olhar para dentro de si e encontrar o problema. Isso não é apenas sobre mulher, mas sobre problemas com a saúde mental, que atinge a população mundial, apesar de a vida ser bonita.

Pare de achar que tudo é com você, que os outros são melhores, que são mais felizes, que a vida é perfeita. Não é, somos imperfeitos, por mais que queira mostrar o contrário, acaba saindo por um lado ou por outro, sempre deixa escapar, fala uma coisa, mas faz outra, e passa despercebido, mas nem sempre.

O dinheiro não faz das pessoas a perfeição, assim como o poder que vemos todos os dias ser o centro de algumas pessoas, mas por trás há tantas inseguranças, medos, e até frustração, mas mostra em forma de poder absoluto. Quem tem poder absoluto? Ninguém é dono de nada. Então para que tanta briga? Ego, já ouviu falar? É o maior mau do mundo, se mostrar, querer ser invejado, mandar, ter o domínio, tudo isso por vaidade. E a briga não acaba, mostra apenas a fragilidade de quem está por trás querendo ser o campeão, o vencedor.

Se as pessoas pensassem mais em si, sem querer provar nada para ninguém, apenas por si, tudo seria diferente, cada um vive sem flash (como dizia uma antiga personagem de novela, “cada mergulho é um flash”), no caso de hoje tudo é um flash, nada passa despercebido, já ficou meio saturado. A quem interessa o que você está comendo? Se está no hospital, a declaração de amor para seu filho, e outras coisinhas passadas. Declarar amor a alguém tem mais valor quando é pessoalmente, não é para o mundo, só interessa àquela pessoa.

Já pensou se um dia a população começar a pensar em si? Começando pelo autocuidado, como, por exemplo, aceitar-se como é, sem querer ficar igual a alguém. Trabalhar, fazer atividade física, ler um livro. Aprender um instrumento musical, artesanato, lazer, exercitar o cérebro. Isso seria ótimo. Relaxe, curta sua família, durma bem, cuide da sua saúde física e mental, comida saudável. Muita gente quer ser magra e está deixando de se alimentar direito, o corpo perfeito é saudável, mas não sem alimento. Quem não se alimenta está doente. Se precisar, procure ajuda, não é feio cuidar da saúde mental, feio é ficar doente e atrapalhar a vida dos outros.

O mundo está precisando de pessoas saudáveis, que olhem com amor para os outros, sem inveja, sem estrelismo. Está todo mundo doente por querer e não poder, isso adoece, ninguém tem tudo, por isso tanta gente frustrada. A imaturidade está no adulto também, que acredita em tudo o que vê e no que ouve, não procura informação de verdade, se ilude com declarações falsas, fotos da família feliz, da vida em outro país sem problemas; o problema vai com você, ou encontra outro lá, essa é a vida. Como dizia Gonzaguinha, “a vida é bonita, é bonita é bonita”, pra quem vive sem olhar dos lados, mas olha pra frente, que é pra onde se vai.

A verdade sobre ser mãe

Ser mãe foi a maior prova de amor que tive na vida, uma mãe nasce no parto, e só depois disso é que vivenciamos o amor de verdade. Não romantizo essa vivência, mesmo porque, apesar de todo o amor que sentimos por aquele ser que saiu de dentro de nós, temos que enfrentar com coragem tudo o que nos espera para cuidar daquela criança, e não é fácil. A gente aprende por amor, aprende a dar atenção, entende que a vida não é só por você, aprende a se doar, e não se arrepende disso.

Criar um filho não é um mundo florido repleto de felicidade, pois desde o primeiro momento já dá para sentir o peso da responsabilidade nos seus braços, mas escolheu ser mãe, e não é por algum tempo, é para sempre. Eles crescem e precisam encontrar seu próprio caminho, precisam voar, e nós temos que deixar. Seus filhos são do mundo, você também saiu para o mundo e deixou seus pais, agora é a vez deles, e nós apenas temos que aceitar.

Tem mulher que não quer ter essa experiência, e está tudo bem, cada um sabe o que quer da sua vida, e ninguém tem o direito de julgar. A vida é sua. Eu, desde muito pequena, adorava brincar de boneca e ser a mamãe, estava em mim o desejo de ser mãe. Tive dois, um casal, como eu queria. Numa família de muitas mulheres, eu sentia uma vontade imensa de ser mãe de menino, e fui.

Mãe a gente leva para a vida toda. Mãe é aquela que sempre estará ao seu lado, seja você uma pessoa acima dos cinquenta, ela vai te tratar como se tivesse dez. Amor de mãe nunca acaba, a gente só aprende viver à distância. Amor não tem limite, amor é dentro do coração, não é do lado. Quantas pessoas vivem do lado e não amam?

Embora eu ache que mãe não tem dia, mas inventaram um, nesse dia especial, então vamos estar juntos. A vida passa num piscar de olhos, a única pessoa no mundo que te ama de verdade e quer o seu bem, só pode ser sua mãe, sem ela não existe amor que substituirá o que ela fez por você. Mãe é mulher, respeite todas as mulheres como se fossem sua mãe.

Por Maristela Prado

  O mundo da fantasia

As flores, o jardim, as casinhas coloridas, pessoas sorrindo, o sol, a vida. Não, rebobina a fita, o mundo da fantasia que vivemos hoje é o mundo da competição, de quem tem mais poder, da birra de adultos infantilizados, da condição social, da cor, do gênero, da esperteza, de quem vai herdar o mundo!

As pessoas correm todos os dias como se não houvesse mais tempo. Tempo pra quê? Para ganhar mais, para colocar em prática o plano que vai devastar pessoas, para aquele que pretende viver plenamente às custas da tristeza de outros? Disse o Papa Francisco, aquele que dispensou o luxo, que contemplava a paz, que pensava nos necessitados, que lutou por um mundo melhor. “As pessoas aceleram da hora em que acordam até dormir, e isso é perigoso para a saúde mental, espiritual e física”. Ele sabia o que estava dizendo, e por que estava dizendo.

Esse é o mundo da fantasia de ser, de ter, de poder, da soberba, da frustração, de mostrar o que não é, da necessidade de ser melhor, de dar voz às suas vontades, a ter razão e não ter amor. É uma fantasia macabra que prejudica, mata e desorienta. Desilude, enlouquece, mexe com o mental e piora a cada dia. Vivemos uma mentira, na mais pura maldade. Parece que o ser humano está se acostumando a viver assim, quase uma normalidade, mas não é, apenas estamos adoecendo mentalmente e espiritualmente como disse o Papa Francisco. Viver tudo isso e achar normal já é um sinal de doenças do século XXI, a depressão e a ansiedade.

Alguém se dispõe a cuidar da saúde mental? Ou será que só a física, a aparência que leva a essas doenças é que importam? Quem vive na fantasia e se desloca da realidade já diz tudo sobre si, precisa de cuidados.

A violência, a ganância e o ego são fatores importantíssimos sobre saúde mental. Até as crianças estão sendo expostas a essas situações, não apenas dentro de casa assistindo a embates dos pais e atitudes claramente faladas na frente dos pequenos, mas pelas redes sociais, onde corre o perigo acelerado em tempo real, entre amigos, nas escolas. Crianças morrendo por participarem de desafios intencionais para levar à morte, acesso a assuntos que não deveriam saber, daí nasce o bullying nas escolas, de exemplos e das criações que não se pode frustrar.

Os abusos estão em toda parte, e como nos proteger, ficando em casa? Não, cuidando da nossa saúde, fazendo exercícios físicos diários para colocar o peso que carregamos para fora, tendo uma alimentação saudável, longe das enganações das prateleiras dos supermercados, comendo comida de verdade, preferencialmente da feira. Ouvindo música, fazendo terapia, escrevendo e lendo histórias, assim sua mente viaja por lugares imaginários e está em perfeito estado de conservação. Quer uma ideia saudável? Pratique a escrita terapêutica, escreva um diário e conte para ele tudo o que te incomoda. Além de desabafar, se sentirá melhor para o dia seguinte. E não esqueça, é você quem escreve sua história todos os dias, depende das suas escolhas, e não adianta arrumar um culpado para seus problemas, o culpado está no espelho, olhando para você sempre que chega perto.

Antes de achar que o mundo está contra você, reflita o que foi que você fez para estar passando por alguma situação difícil, normalmente foi uma escolha sua, mas dói olhar para dentro de si e enxergar os seus defeitos. A dor faz parte da vida. Para conhecer a tal da felicidade, primeiro precisa conhecer a dor; para conhecer a bonança, antes precisa conhecer a falta; e, para realmente viver uma vida plena, e não a fantasia, é preciso equilibrar saúde mental, espiritual e física, só assim viverá a sua paz.

“Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente”.

Papa Francisco

Por Maristela Prado