A falta de empatia das pessoas é algo a ser estudado. Falamos em ensinar às crianças, e isso é urgente, porque os adultos, nunca generalizando, não sabem sequer o significado da palavra, e muito menos incluí-la no seu dia a dia.
E não estou falando de um assento de cadeira de avião que virou notícia, sem comentários. Estou falando de compreender a situação, a dor, o momento, os problemas que enfrentamos. Acontecem coisas na vida que não esperamos, não temos um calendário de acontecimentos, quando alguém vai morrer, se você está passando mal no dia marcado, que terá uma intoxicação alimentar, e tantas outras coisas.
Mas como sempre em primeiro lugar o dinheiro, nunca a pessoa. Cada um por si e os outros que se virem. Empatia significa se colocar no lugar do outro, entender a situação e usar aquilo que se chama de humano, que está em extinção, para compreender. Em vez disso, ‘Eu’ me preocupo comigo. Sempre o ‘Eu’.
Se convivemos com tantas pessoas ignorantes em lidar com outro ser humano, como teremos crianças empáticas e capazes de viver num mundo em sociedade que só se vê briga de poder? Estão aprendendo o individualismo, o narcisismo, e é muito mais difícil de se colocar essa virtude em questão no cotidiano das crianças.
Tenho visto e vivenciado tantas coisas difíceis de engolir que não pensei que um dia aquele mundo que eu sempre admirei se tornaria tão sujo e com pessoas tão pobres de espírito para com os outros. Acho que o descaso, ou o tanto faz, tornou-se uma forma de vida para algumas pessoas. Somos como descartes, não gostou? Joga fora.
Tenho uma amiga que de tempos em tempos ela faz uma limpa nas redes sociais dela, diz que tem gente que só olha, não conversa, não procura, não comenta, não curte, está fazendo o que lá? Ela tem razão, tem gente com milhares de ‘amigos’, será que fala com todos? Ou quer mostrar que é pop? Antes a gente falava que a inveja mora ao lado, agora mora dentro da palma da sua mão também. Por que não fazer isso com pessoas reais? Estão jogando fora também sem piedade nenhuma. Alguns até por utilidade, outros por interesse, e ainda o tanto faz.
Esse comportamento crescente está afastando as pessoas que se reaproximaram quando surgiram as redes sociais, que gente achava que poderíamos conviver novamente como antes, mas não durou. Nos comunicamos por meio de mensagens, e deixamos de nos comunicar pelo mesmo meio. Interessante isso, e, ao mesmo tempo, desagradável.
Seguimos a vida cada vez com menos pessoas que nos amam e amamos de verdade, sinto que cada um está vivendo como pode e como dá. A crueldade e a falsidade são sinônimos de como se vive no mundo de hoje, por isso sentimos tantas saudades do mundo de ontem. Não era perfeito, mas a vida era mais bonita.