O abuso contra a mulher não para

Não tem jeito, eu tento não falar sempre, mas a situação de abuso contra a mulher não deixa de existir. Esta semana vimos que não tem posição social, a violência doméstica existe em todo lugar, seja o abuso qual for. Prova disso foi a apresentadora Ana Hickman, famosa, inteligente, bonita e bem-sucedida. Talvez a última alternativa tenha sido o maior motivo, independentemente do motivo da briga. Os machistas não gostam e não aceitam mulher bem-sucedida, independente e dona da sua vida. É onde começa primeiro o abuso psicológico, em seguida o físico. A raiva.

É possível identificar os sinais, mas na maioria das vezes é ignorado, identificado como nervosinho, ciumento, é jeito dele; mas não é. Um dia a violência se torna insustentável, e a mulher passa a ouvir frases destrutivas de autoestima, inviabilizando sua inteligência, chantagem emocional, controle financeiro, invasão de privacidade ou, ainda, atitudes que dificultam o seu direito de ir e vir, sua autonomia e  liberdade. Não é normal. A violência física, nem precisa falar, é inadmissível.

Tem muitas mulheres que se submetem a esse relacionamento por uma vida inteira sem perceber que é um abuso, ou por apego emocional, medo ou por condição financeira, sem condições de autossustento, e vive assim uma relação de medo.

Não é o caso de Ana Hickman, mas é o caso de muitas mulheres que dependem de um homem violento, tóxico e que faz com que se sintam seguras com eles apenas por uma casa, e às vezes uma vida confortável, outras apenas pelo medo mesmo.

Mulher nenhuma deve aceitar uma relação dessas, por nada. Qualquer relacionamento tóxico deve ser desfeito antes mesmo de que fatos assim aconteçam.  Uma pessoa que te ridiculariza na frente dos outros, fala ‘na brincadeira’ coisas que te ferem, menospreza seu talento, mexe diretamente na sua fraqueza, não merece seu respeito, porque respeito é mútuo, e se não for não existe relação. Um homem que não respeita a mulher, não respeita a própria mãe que lhe trouxe ao mundo.

Por isso, você mulher, que sofre uma relação abusiva, pense em você em primeiro lugar, procure ajuda, não sofra sozinha, denuncie e procure seus direitos. Sua vida vale muito mais do que viver ao lado de alguém apenas por migalhas. Para que viver assim, se pode lhe servir um banquete?

Estamos próximos do fim?

Faz sol, faz frio, chove, faz um calor de 40° insuportável para o que estamos habituados e, de repente cai para 12°. O que está acontecendo com o mundo? O que está acontecendo com a natureza? Há quanto tempo está se mexendo com a natureza? As queimadas para desmatar a terra, dando lugar para o agronegócio, e para práticas ilegais, como a extração de madeira e garimpos. O homem estragou tudo, por dinheiro.

Sempre o dinheiro, a maior devastação que poderia ter acontecido. Teria sido tudo muito mais fácil se não houvesse esse culto pelo poder e pelo ter. Já sabemos que não vamos virar semente aqui, a passagem é curta, mas tem que ser muito bem aproveitada, daqui não se leva nada, apenas a sabedoria ou a ignorância.

A prepotência, arrogância e os mimimis que cansamos de ouvir e ver simplesmente não servem para nada. No momento dos desastres naturais não tem privilegiados, pode inundar a casa do pobre, mas também pode devastar a mansão na costa mais alta; para a natureza não tem limites. Então, porque achar que o dinheiro ou posição fazem toda a diferença, se na hora H somos todos iguais?

As geleiras estão derretendo mais rápido do que deveria, os terremotos estão aparecendo em outros países, assim como furacões e ciclones, que agora o brasileiro também está conhecendo, o Sul e Sudeste do país viram de perto o que é isso. Não temos mais as quatro estações, estamos num barco sem segurança e não sabemos para onde estamos indo.

 A guerra não está apenas na Rússia e Ucrânia, e agora em Israel, está em todo o mundo, cada um com sua guerra particular, suas incapacidades de resolver os problemas que as sociedades arrumaram, mas agora não conseguem mudar. Por quê? O básico da educação mudou, hoje temos crianças e jovens que decidem o que querem e como querem, sabem tudo, muito mais do que pai, mãe, professor. Os adultos também mudaram, falam o que pensam sem sequer preocuparem-se com o outro, simplesmente falam. Competem, invejam e desfazem. É, o dinheiro vale mais do que amor.

O mundo está chegando ao fim? Estava tudo previsto, mas não fazíamos ideia que seria assim, com tantas catástrofes, uns matando os outros, filhos matando pais, e pais matando os filhos. Depressão, ansiedade, maldade, ódio. Será que esse fim terá pedidos de redenção? O que será de tudo isso se o Homem não mudar? Se o preconceito não acabar? Se a violência continuar? Seremos engolidos pelas águas, pelo vento, pelo sol escaldante? Tudo terminará em fogo? Será que teremos tempo para a redenção, ou não?

A natureza não perdoa, está tomando tudo de volta e varrendo o que precisa ir. Em cada canto do nosso país está acontecendo uma catástrofe diferente. No Norte, na região do Amazonas, é o ar, estão respirando terra; no Sudeste, Rio de Janeiro é o mar mandando todo mundo embora da praia e chegando até a rua; em São Paulo, ventos de 150 km. No Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina foram as chuvas; no Centro-oeste, o calor perigoso, e, no Nordeste, chuvas intensas.

O que mais precisa acontecer? Será que está tudo dentro do normal? Não, é preciso parar, é preciso respeitar a natureza, é preciso viver, é preciso saber viver (Titãs).

Brincadeira de criança

 Mãe da rua ou pique bandeira? Corre cotia ou passa anel? As crianças com mais de 50 anos vão lembrar dessas brincadeiras; ainda não havia telas para brincar sentado, brincávamos correndo, gastando muita energia. Pulava corda, amarelinha; e as brincadeiras dos meninos. Carrinho de rolimã, fubeca, pião, pipa ou papagaio – dependendo da região –, e tantas outras.

Alguns vão dizer que é saudosismo, e é mesmo. As brincadeiras eram simples e ingênuas, mas não vivíamos num mundo tão sobrecarregado de informação, não tínhamos sede sobre fatos, tínhamos uma vontade imensa de brincar e assistir TV, que era recheada de programação infantil que trazia curiosidades e a fantasia de que as crianças precisavam para se desenvolver, nas décadas de 60 e 70, quando éramos apenas crianças.

Quem não lembra da simplicidade que era ser criança? Brincávamos na rua de pega-pega, esconde-esconde, de pular corda. Bullyng sempre existiu, mas era na brincadeira e não na maldade. As crianças não tinham raiva ou preconceito, todos eram amigos, ninguém pensava em matar os colegas. A educação começava em casa, íamos à escola para aprender as questões escolares, e não ousávamos desrespeitar o ambiente escolar. Não éramos perfeitos, mas as imperfeições eram corrigíveis, não precisava de cadeia.

Não tínhamos celular e nem computador, conversávamos com as pessoas, sabíamos ficar sem fazer nada e passar o tempo. Nasci junto com a ditadura, a qual vivi até adulta, mas não me preocupava com o que acontecia. Quando criança, era apenas uma criança, na adolescência vivi em paz, embora às voltas com as regras pesadas, mas isso não me afetou. Não sou revoltada nem traumatizada, minha educação me fez entender o meu lugar. Hoje tenho dois filhos e um neto, muita coisa mudou, respeito a época de cada um, mas a educação não é de época nem da moda, é a base de uma boa educação, e isso eu ainda cobro.

Outro dia vi um comentário bem insignificante de um internauta numa publicação sobre a juventude dos anos 80. Tratava-se das músicas e vestimentas da época, e claro que quem viveu essa época mágica e inesquecível tem muitas lembranças. Pois bem, a pessoa vem e escreve que falam num saudosismo como se não tivesse ocorrido nada de ruim, e detalhou fatos políticos da época, querendo desmerecer as memórias ali expostas, e ainda ressaltou que era criança, mas viveu tudo aquilo. Como uma criança lembraria de tantos detalhes e teria tido um trauma tão grande sendo apenas criança? Sim, hoje sabe dos fatos, mas não sofreu. E nós, jovens, éramos muito felizes, sim. Apesar da ditadura e de toda a repressão, vivíamos as maravilhas daqueles anos, sem brigas, sem ofensas e sem querer ser o sábio da vez.

Nosso país e o mundo mudaram nesses últimos 40, 50, 60 anos, e nós mudamos também, senão seríamos engolidos pelas transformações. Mas jamais podemos deixar de ter nossas lembranças sem nos importar se teve problemas, pois a vida é curta demais para sempre trazer pra perto o ruim. Vamos deixar um pouco de lado esse vício de querer trazer intriga para onde está tudo bem. Vamos viver um pouco a época em que nossa preocupação era pegar o lencinho e sair correndo atrás de quem jogou, assim a gente muda o foco do politicamente correto para o ‘se o lencinho for meu, eu te pego’.

O que é sucesso para você

Quando se fala em sucesso, qual é a primeira coisa que você pensa? Que certamente é a pessoa que conquista o lugar mais alto da sua carreira, o que tem mais bens materiais caros, os mais paparicados. Mas será que é só isso?

 Em primeiro lugar, sucesso tem a ver com perseverança, otimismo e muito trabalho. Quem não entende que é preciso dedicação, enfrentar altos e baixos, acreditar e dar o  seu melhor naquele momento, não chegará em lugar algum.

Quando se diz: ‘Não faz mais do que sua obrigação’, está querendo dizer que aquele trabalho o qual a pessoa está desempenhando é sua obrigação, mas e aquele que faz mais do que sua obrigação, é bobo? Não, é muito inteligente porque sabe que o carisma e o comprometimento são armas poderosas para o sucesso.  

Portanto, sucesso não é apenas chegar na mais alta montanha e mostrar para todos a que veio, é chegar na montanha; não necessariamente a mais alta, e ter a certeza de que foi fruto do seu trabalho, dedicação e perseverança naquilo que um dia acreditou e começou com esforço e vontade de crescer.

Todos aplaudem, mas não querem percorrer o caminho árduo que o outro percorreu, muitos procuram atalhos mais fáceis e sem esforço, enquanto o outro chegou e não precisa gritar ao mundo, mas sabe o quão difícil foi. Esse trabalho feito em silêncio causa espanto quando surge, e muitos vão querer saber como foi, mas a resposta é apenas uma, dedicação e vontade.

Sucesso também se faz em viver em paz com você e com os outros, fazer o que gosta, ter liberdade e autonomia para com sua própria vida. Não precisar de alguém para viver, não se importar com o que estão fazendo e falando, ser você verdadeiramente já é um grande sucesso nessa vida insana onde todos querem estar no topo da montanha, mas não querem percorrer a estrada que você percorreu

O adulto que não quer crescer

Já parou pra pensar em como a vida segue um roteiro? Toda a humanidade passa pelas mesmas fases, mudam as famílias, os lugares, os princípios, mas todo mundo nasce, cresce, e, querendo ou não, chega à idade adulta e tem que seguir seu caminho.  

Ser adulto não é uma tarefa fácil de ser cumprida, passamos de repente de criança para adulto num susto, daí pensa: E agora? Não tem jeito, você será obrigado a enfrentar seus medos, inseguranças, e vai ter que aprender a se virar, por isso a importância da criação ser direcionada a um ser que vai crescer um dia e ser um adulto preparado para a vida.

A infância é, sem dúvida, a fase mais importante da vida, é quando se aprende como se vive. É verdade, aprendemos a viver no roteiro que nos foi dado desde o princípio. Vamos à escola e passamos uma boa parte da vida na escola para um dia escolher o que se quer fazer, o que gosta e criar asas para voar sozinho. Ou seja, os exemplos que se aprende em família é o que você será de adulto. Precisamos zelar mais pelas crianças, pois elas serão o futuro.

Os pais são de tamanha importância na vida dos filhos, mas não são designados a não permitir que passem por problemas, a proteger e não soltar, eles precisam ir e viver por si, precisam aprender que o mundo não é uma bolha protetora, é um lugar de constante aprendizado, entre erros e acertos. Aprendem que nem tudo é para você ou por você, todos têm espaço, uns vão se sobressair, outros terão um caminho mais longo, mas todos terão um lugar.

Ensine seus filhos a terem respeito pelo outro. Não dê tudo o que eles querem, mesmo que você possa, pois um dia eles vão se deparar com vários nãos e não vão aceitar; pai e mãe é só dentro de casa, na rua não tem. Debochar do que o outro não tem sem saber o quanto custa não é uma boa ideia, um dia vai fazer qualquer negócio para garantir o seu, e isso pode custar muito caro para a sua vida.

Temos vários Peter Pans vivendo na idade adulta porque um dia ganharam tudo o que queriam, tiveram a individualidade que queriam, tinham tudo dentro de seus quartos e lá ficavam sem pertencimento com a família. Hoje continuam ganhando tudo sem pagar nada, mas cresceram e estão adultos vivendo às custas dos pais. E do que estes pais vão reclamar se foram eles mesmos que deram tudo o que não precisava? Não crie um Peter Pan, crie um filho para ser o que ele quiser, mas que saiba conquistar o que quer, que saiba ser dono da própria vida. Lá fora ninguém vai dar nada, e pai e mãe não são eternos, e o Peter Pan não sabe viver sozinho.

Hoje é Dia das Crianças

Hoje é o Dia das Crianças, como vamos comemorar?

Provavelmente muitas ganharão os melhores presentes, os mais caros, os da moda, os importados, ah esse é o melhor, sem dúvida. Mas também tem aquela criança que não vai ganhar nada porque não tem, muitas vezes nem uma casa pra morar. Então o que se comemora neste dia é apenas para quem pode?

Dia das Crianças, Dia dos Pais, Dia das Mães, não deveria ser um dia comercial, mas um dia de afeto e carinho. Almoçar juntos, passear, fazer uma mesa de doces, brincar. Presente não significa amor, significa um pedido de desculpas, amor se dá de graça, atenção e carinho também.

Muitas das crianças passam a maior parte do tempo na frente das telas, divertem-se com desconhecidos falando sobre assuntos que só aumentam a ansiedade e o interesse pelo desnecessário. Assistem brigas dentro de casa, maus exemplos de comportamento. Crianças estão sofrendo com a atual situação em que o mundo se encontra, sabem e sofrem com a maldade, algumas até morrem. E, apesar disso, hoje ganham presentes.

Quanto tempo dura a infância nestes dias de hoje?  Muito menos do que devia, o excesso de informação trouxe um amadurecimento precoce com informações às quais não estão preparados para entender, e certamente pulando fases que jamais voltam.

Se a primeira infância é a parte mais importante na formação de uma pessoa, o que será das nossas crianças quando atingirem a vida adulta? Quais as marcas que carregarão que não foram tratadas? Quais os traumas e conflitos que deverão enfrentar para prosseguir? São perguntas sem respostas, a nossa criança jamais desaparece, ela caminha junto, apenas tomamos forma de adulto, crescemos, mudamos fisionomia, voz, e as responsabilidades que, querendo ou não temos que encarar. E a criança com medo e insegura mora lá, ainda carregando tudo o que começou e nunca terminou.

Neste dia de hoje trate seu filho, neto, sobrinho como uma criança de verdade. Brinque, compre doces, pise no chão descalço, vá ao parque. Dê alegria, amor, carinho e respeito, porque o que vai ficar guardado no seu íntimo é isso e não o presente caro, a marca famosa, isso fica no esquecimento, às vezes até nos traumas, pois no lugar de amor ganhava presente, e isso deixa marcas irreversíveis. Deixe uma boa lembrança de quem você foi, porque o que você teve não chega nem perto do amor que pode deixar.

Ser mulher

O que é ser mulher? Não dá para comparar as mulheres de séculos passados com as se hoje. Nem mesmo as do recente século XX, em que éramos criadas para estudar e casar. Aliás, muito antes disso, mulher aprendia a bordar e cozinhar, e não precisava estudar, como as mulheres do século atual. Mas, apesar de toda a evolução, ainda carregamos o peso do passado.

O salto no século XXI foi grande, as meninas são criadas para ser quem quiserem, estudar, trabalhar, ser uma chef de cozinha, modista, fazer arte remunerada, administrar uma empresa ou uma casa, ser mãe ou não, se maquiar, sair, amar, ter opinião, dar a última palavra, dizer sim ou não. Isso é ser mulher.

Não existem regras e imposições, pois se você quiser dar uma de louca pode, se quiser se calar também pode, só não pode deixar que te dominem ou ditem regras. Apesar da pressão que a mulher sofre diariamente em todos os cantos, é preciso ter força para lutar, é preciso perseverança e jamais deixar de se amar.

Temos grandes nomes de mulheres no mundo que fizeram história, deixaram um legado provando que temos muito a ensinar sobre sensibilidade, sobre amar, sobre sentimento, sobre vida… E o sexto sentido feminino existe sim, é um privilégio nosso. Pensadoras como Simone de Beauvoir, Clarice Lispector, Frida Kahlo, Patrícia Galvão (Pagu), Virgínia Woolf, Rita Lee e Zélia Duncan, todas feministas e ativistas. Cecília Meireles, Tarsila do Amaral, Cora Coralina, entre tantas outras que fizeram história.

A luta pelo espaço feminino não tem fim, muito já se conquistou, mas ainda falta. A bandeira está aí para ser hasteada e mostrar que estamos atentas, não aceitamos mais a submissão e inferioridade que nos colocaram durante séculos. Somos dois em um, somos várias ao mesmo tempo, não ficamos prontas em dez minutos, mas estamos prontas para viver.

Sobre ser

Quando saio, principalmente em lugares lotados, observo como as pessoas se comportam. É verdade, sou uma observadora inata, e foi por causa disso que fui estudar sobre o comportamento humano. É curioso entender que o Ser tornou-se outro significado.

Nada pode ser generalizado, sempre tem as exceções, mas alguns casos não podem passar despercebidos. Por qual motivo alguém precisa diminuir o outro e querer competir com aquilo que não entende? Cada qual tem suas habilidades; ninguém sabe tudo, se soubesse não precisaria estar no Planeta Terra. Não precisa crescer, é feio, pega mal competir com aquilo que você não sabe.

Outras pessoas precisam ser mais bonitas, mais elegantes, mais ricas, mais interessantes, mais chics, mais, mais, mais. Menos, educado, gentil, respeitoso, acolhedor, humilde, gente. O que tornou essa mudança? Provavelmente o consumo exacerbado, a competição, o querer, o sobressair-se. E tudo mudou, estamos vivendo o enquadramento de padrão, se não for tudo isso, é o diferentão, excluído.

Se for para ser excluído desse mundo insano de padrão, prefiro, dou muito mais valor para minha saúde mental do que para qualquer padrão de vida imposto. Faço exercício físico todos os dias, mas não posto. Tenho uma família linda, mas não posto. Faço minhas conquistas, mas não posto. Fico feliz num jantar em família, mas não posto. Vivo apesar das telas? Sim, mas não posto.

A vida é para ser vivida em particular, não é pública, ter a necessidade de chegar e se mostrar não é vida, é obrigação. Conversar não é ser superior ao outro, é saber ouvir o outro e aceitar as suas limitações, você não sabe tudo, lembra? Quem quer saber demais é chato, não é bem-visto, não faz falta.

Aprenda a fazer falta, daí sim você será uma pessoa lembrada, quando todo mundo sabe de você não sente saudade, vai conversar o que se já sabe de tudo? Decida se você quer Ser, ou ser?

A fúria da natureza

‘Acaba a guerra entre as nações’, ‘As geleiras voltam a se formar, e as temperaturas estabilizam novamente’, ‘Diminui assaltos e homicídios’

Quem não queria ouvir ou ler essas notícias? Voltar à vida tranquila com os ponteiros andando no tempo certo, nos programarmos para um inverno e verão de verdade, a liberdade! Ainda não, são apenas sonhos de que um dia voltemos a viver.

O que está por trás de toda essa desordem? O ser humano. Aquele que destrói por dinheiro, a ganância de sempre querer mais. O dinheiro está à frente de tudo, levar vantagem, não precisa de esforço, apenas desfrutar sem pensar que existe um mundo todo sendo prejudicado e, pior, levando a humanidade ao caos.

O mundo está enfrentando a fúria da natureza, temperaturas elevadíssimas matando pessoas e animais. Enchentes, tornados, terremotos, incêndios, guerras, fome, pessoas fugindo de um lado para outro. Não tem privilegiados, estão em toda parte.

No sul do nosso país o desastre arrebatador de cidades agrícolas que perderam tudo, nem comida e nem remédio tinham. Como parar tudo isso? A solução seria uma humanização de todos os seres terrestres, juntarem-se para um bem comum, conscientização. Será uma tarefa impossível. O que podemos esperar então? Do homem, mais nada.

Estamos sendo testemunhas de uma tragédia mundial, não temos a quem recorrer, estamos à deriva e às margens de um perigo sem fim. Os avanços que deveriam ser para o progresso, só serviram para mexer com a mente de alguns superpoderosos, para dominar mentes fracas, pessoas capazes de fazer qualquer coisa para o bem próprio, até matar. A maldade prevalece, nada é para o bem comum. Será que o mundo vai acabar?

Não, jamais o mundo acabará, a força da natureza já nos mostra isso, o que vai acabar é o ser humano, que deveria seguir sua vida sem explorações de qualquer tipo, mas resolveu mexer, derrubar, visando lucros. Se acham donos de um chão, de um pedaço de terra, mas de quem é realmente tudo isso? De ninguém, haja visto que, quando se tem herança, quase todos brigam pelo bem material, o dono não levou, e quem fica quer ser dono. E assim sucede a vida há séculos.

Qual será o desfecho de tudo isso? Disseram que o mundo acabaria em fogo, estamos realmente no meio do fogo, da floresta, dos incêndios naturais, do sol fervendo e derretendo as geleiras; no Havaí até fugiram pelo mar, que ainda tem. Doenças vindas pelo calor intenso, será que é o fim? É o fim se aproximando, mas o fim do que não serve mais. Estamos colocados à prova. Quem é que manda?

Positividade tóxica

Tenho ouvido falar sobre positividade tóxica, mas é possível a positividade ser tóxica? Mais uma vez venho levantar um assunto que divide opiniões. Bem, se estou falando alguma coisa que pode te fazer bem, refletir; caso esteja precisando de um incentivo, falar coisas boas e não estar reclamando ou levantando assuntos que estressam, por que haveria de ser tóxico?

Acredito que tenha um teor irritante para quem gosta de uma confusão, afinal para que parar um pouco e ouvir alguma coisa boa, se ligar o automático todos os dias como se a vida não tivesse solução é melhor? Sair estressado é muito mais atual.

Existe realmente um pessoal que percebeu que tem muita gente se valendo de um assunto sério, que é a saúde mental, que quase ninguém consegue manter, para se promover. Isso depende do que você mais acredita, se está sempre ligado em qualquer coisa que passa no seu feed e acha que tudo é real, certamente vai acreditar também em quem está apenas querendo ser mais um ser puro e cheio de valores.

Quando comecei a fazer minhas primeiras crônicas, lá em 2014, vi na rua, parada no farol, uma frase de muro que dizia: ‘O que você não fez ainda hoje?’ E isso não me deu raiva e nem achei que era uma positividade tóxica. Logo percebi um fundo bastante reflexivo, e além de parar para pensar na frase, foi minha primeira crônica. No final vou deixar para que vejam.

Por isso acredito que depende muito da maneira como você lê, qual o seu estado de espírito naquele dia, ou ainda, como enxerga a vida ao seu redor. E vamos falar a verdade, não precisa sair soltando os cachorros só porque ouviu uma frase legal, ou melhor, de quem ouviu falar.

Nem sempre estamos num bom dia, mas devemos sempre entender que nada dura para sempre, nem a sua raiva, e pode passar uma mensagem negativa para os outros porque você não estava legal para ouvir aquilo.

Outro dia li uma mensagem que dizia: “Não temos problemas, temos situações que podemos resolver, e temos muito tempo para isso. O único problema na vida é uma pessoa acamada e que não tem mais o que ser feito. Isso é um problema, porque não tem como resolver.”

Se pensássemos desta forma não sofreríamos tanto, entenderíamos que há tempo para resolver, pois tudo passa, é só saber esperar e agir. Positividade nunca será tóxica, quem é tóxico é a pessoa que ouviu e não entendeu.

O QUE VOCÊ NÃO FEZ AINDA HOJE?

Nada do que eu queria, nada do que planejei, nada do que todos os dias levanto com intenção de fazer se concretiza. Por que será? São sonhos mesmo ou ideias que só existem na nossa cabeça? Precisamos parar e pensar o que é mesmo prioridade em nossa vida e o que são devaneios, sonhos que sabemos que nesse ou naquele momento não serão possíveis. Precisamos de tempo para que as coisas aconteçam, planejamento, foco.

 De certa forma estamos vivendo num mundo do faz de conta, acreditando em fadas e duendes que não existem, acreditando que podemos tudo e precisamos de tudo, mas não. Metade do que desejamos não é necessário para nós, são sonhos. O consumismo desenfreado em ter, o sonho de criança que quando se realiza perde a graça, e depois queremos mais e mais e mais… E nunca estamos satisfeitos. Existe um vazio enorme no EU interior, porque na verdade o que nos faz felizes são momentos, pequenas coisas que não têm valor material, mas nos inundam a alma de sentimentos bons, de paz.

 Você já se perguntou o que não fez hoje? Ou melhor, o que não fez e gostaria muito de fazer, mas o tempo, a correria, os horários, a vida, não lhe permite fazer? E assim deixamos para amanhã, semana que vem, quem sabe ano que vem, e não chega. Carregamos as frustrações do que queríamos ser, mas não tivemos tempo… E amanhã, você vai deixar de fazer o quê? Ou vai fazer…?

Crônicas, artigos e críticas literárias