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Brincadeira de criança virou realidade de adulto

De repente mulheres adultas passaram a brincar de boneca, os bebês reborn. Será mesmo brincadeira ou problema de saúde mental? Até que ponto devemos levar o simples fato de querer ter um bebê que pareça verdadeiro, e fazer dele uma verdade doentia? Sim, não é normal levar uma boneca no pronto-socorro, com mala, roupa, fralda e todos os utensílios que se usa para um bebê de verdade. Fazer parto, levar no parque para passear no carrinho, alguns até nos brinquedos.

Sempre falamos muito em inversão de valores, mas agora já passou do normal. Não querer ser mãe não é um problema, é uma escolha, mas quando mulheres com família, filhos e netos de verdade adotam esse comportamento, é uma situação que deve ser de preocupação para os familiares, não uma brincadeira. A saúde mental está cada vez mais explicita e sem controle.

A falta de convivência humana está deixando a população doente, só se fala por mensagem, não precisa nem sair de casa para comprar nada, é só pedir pelo aplicativo, de comida a roupa e bebida, assim como fazer transferência bancária, pagar contas e muitas outras coisas que se imaginar. Conhecer alguém também vale. Pesquisar alguma coisa, saber endereço, IA faz tudo para você. E o contato físico, um abraço, olho no olho, calor humano? Está acabando.

A falta de afeto, a agressividade das pessoas, enganações, o crescimento desenfreado da tecnologia, transformando o mundo real em tela, mentiras, ilusão, tudo isso está se transformando em alucinação, fantasia da falta do afeto que existe. É como as crianças terem amigos imaginários, aqueles que a gente tem que conversar, dar a mão, dar banho no vazio, naquilo que não se vê, mas a criança vê, sente e brinca. É o que está acontecendo com algumas mulheres, não deixa de ser um bebê imaginário, só que tem forma, e você vê e pega, mas é um boneco, não respira, não reage. Isso é uma fuga.

O inverossímil, a brincadeira, é uma forma de fugir da realidade, esses bebês não te frustram, não te decepcionam, não te tiram o sono, é como se fosse cuidar de um bebê morto. Sair da realidade é uma forma de não lidar com as frustrações que a vida trás, o vazio, torna-se um afeto que faz falta, estamos diante de um problema de saúde mental preocupante. É isso que a vida atual está trazendo, desordem, desorientação, é um apelo por amor, como se falasse: “Ei, estou aqui”. Já vi um caso que foi parar na Justiça pela guarda de um bebê reborn. Não dá para brincar com a Justiça, é hora de se tomar uma atitude.

A sociedade está doente, as pessoas se perderam entre a realidade e a fantasia, o mundo real está pesado de encarar, o mundo está se esvaindo, mas os poderosos da tecnologia não têm dó, cada vez estamos mais envolvidos e vigiados. Quando todos enlouquecerem, não sobrará ninguém para contar o que foi viver no século XXI. Ou começa tudo de novo, ou vão acabar com a vida.

Por Maristela Prado

De onde vem tanta fúria?

Quando estávamos passando pela pandemia, acreditávamos que as pessoas sairiam daquela situação muito melhores, mais humanas. Mas o que parece hoje é que está totalmente ao contrário, o humano ou enlouqueceu ou colocou seu lado animal para fora.

De onde estão surgindo tantas pessoas furiosas? Qual o verdadeiro motivo para tanta raiva e falta de controle? Está perigoso até pedir licença, alguém pode se invocar com você. ‘Por que quer passar exatamente agora que eu estou aqui’? Esse simples gesto pode se tornar uma agressão.

São tantas as bizarrices que vemos todos os dias que não sei quando foi que tudo isso começou. O mundo em que vivemos hoje está muito acelerado, e, com muita cobrança de todos os tipos, ninguém mais vive o presente; a vida passou a ser o futuro desesperador por estar dentro dele. Ninguém mais sabe resolver uma situação conversando, tendo a paciência tão necessária para nosso autocontrole. Isso não justifica. Desde quando se compensa a raiva matando, agredindo, humilhando alguém?

 Apesar de todos os problemas atuais (muitos dos quais nem são um problema de fato), devem invadir a vida do outro? Precisamos urgentemente de uma saúde pública mental realmente atuante e de qualidade, para que possamos ter uma sociedade mais equilibrada e que enxerguem os fatos como fatos, e não como provocação. O que será do futuro se isso não tiver um olhar para uma solução urgente? Vamos matar uns aos outros como os animais famintos brigando pela sua presa?

 Como podemos acreditar nas próximas gerações se estão sendo criadas por adultos descontrolados? Não adianta, os exemplos vêm de casa, não podemos esperar pessoas equilibradas que estão sendo criadas por desequilibrados.

Para isso é importante que haja, de uma vez por todas, leis mais severas para punir quem comete atos perigosos de fúria. Não podemos viver numa sociedade onde cada um faz o que quer sem que haja punição.

Precisamos retroceder para reencontrarmos as regras de educação que existiam antes de tudo isso, não é pedir demais educação das pessoas, uma conduta civilizada, não vivemos na selva, vivemos em cidades de concreto onde habitam seres humanos, pelo menos é o que existia antes.

Não adianta querer civilizar as crianças dentro de escolas com regime militar se os pais não são civilizados, a menos que os filhos passem a criar os pais, talvez seja isso que venha a acontecer.

Nosso mundo mudou, apesar de todas as inovações, mudou para pior. O que veio para ajudar e melhorar na comunicação, conseguiram tornar uma arma do mal, enganando, roubando e invadindo a privacidade de vidas. As facilidades fizeram tudo se tornar possível, inclusive o controle de uns sobre os outros, pior de tudo, na palma da mão. E hoje é o que vemos, pessoas achando que podem tudo, inclusive agredir.

As palavras ferem, podem inclusive adoecer uma pessoa, sair falando o que pensa não é uma boa ideia, tudo tem limite, inclusive a falta de educação, ninguém é melhor do que ninguém, ninguém é dono de nada, se soubermos respeitar os outros já estaremos ganhando, e sem precisar ofender ou gritar, ou, até mesmo, matar.

Esperamos um mundo melhor, esperamos que a próxima geração traga um pouco mais de conduta nas relações sociais, mais empatia e respeito. O mundo é para todos, mas não precisa dessas pessoas para continuar, precisamos de mais amor. Na próxima vez que achar que pode ofender o outro só porque você não gosta, se coloque no lugar, e sinta se gostaria que fizessem o mesmo com você. Acho que não, o covarde ofende porque não sabe se defender, minimizar o outro é o que o faz se sentir feliz.

Positividade tóxica

Tenho ouvido falar sobre positividade tóxica, mas é possível a positividade ser tóxica? Mais uma vez venho levantar um assunto que divide opiniões. Bem, se estou falando alguma coisa que pode te fazer bem, refletir; caso esteja precisando de um incentivo, falar coisas boas e não estar reclamando ou levantando assuntos que estressam, por que haveria de ser tóxico?

Acredito que tenha um teor irritante para quem gosta de uma confusão, afinal para que parar um pouco e ouvir alguma coisa boa, se ligar o automático todos os dias como se a vida não tivesse solução é melhor? Sair estressado é muito mais atual.

Existe realmente um pessoal que percebeu que tem muita gente se valendo de um assunto sério, que é a saúde mental, que quase ninguém consegue manter, para se promover. Isso depende do que você mais acredita, se está sempre ligado em qualquer coisa que passa no seu feed e acha que tudo é real, certamente vai acreditar também em quem está apenas querendo ser mais um ser puro e cheio de valores.

Quando comecei a fazer minhas primeiras crônicas, lá em 2014, vi na rua, parada no farol, uma frase de muro que dizia: ‘O que você não fez ainda hoje?’ E isso não me deu raiva e nem achei que era uma positividade tóxica. Logo percebi um fundo bastante reflexivo, e além de parar para pensar na frase, foi minha primeira crônica. No final vou deixar para que vejam.

Por isso acredito que depende muito da maneira como você lê, qual o seu estado de espírito naquele dia, ou ainda, como enxerga a vida ao seu redor. E vamos falar a verdade, não precisa sair soltando os cachorros só porque ouviu uma frase legal, ou melhor, de quem ouviu falar.

Nem sempre estamos num bom dia, mas devemos sempre entender que nada dura para sempre, nem a sua raiva, e pode passar uma mensagem negativa para os outros porque você não estava legal para ouvir aquilo.

Outro dia li uma mensagem que dizia: “Não temos problemas, temos situações que podemos resolver, e temos muito tempo para isso. O único problema na vida é uma pessoa acamada e que não tem mais o que ser feito. Isso é um problema, porque não tem como resolver.”

Se pensássemos desta forma não sofreríamos tanto, entenderíamos que há tempo para resolver, pois tudo passa, é só saber esperar e agir. Positividade nunca será tóxica, quem é tóxico é a pessoa que ouviu e não entendeu.

O QUE VOCÊ NÃO FEZ AINDA HOJE?

Nada do que eu queria, nada do que planejei, nada do que todos os dias levanto com intenção de fazer se concretiza. Por que será? São sonhos mesmo ou ideias que só existem na nossa cabeça? Precisamos parar e pensar o que é mesmo prioridade em nossa vida e o que são devaneios, sonhos que sabemos que nesse ou naquele momento não serão possíveis. Precisamos de tempo para que as coisas aconteçam, planejamento, foco.

 De certa forma estamos vivendo num mundo do faz de conta, acreditando em fadas e duendes que não existem, acreditando que podemos tudo e precisamos de tudo, mas não. Metade do que desejamos não é necessário para nós, são sonhos. O consumismo desenfreado em ter, o sonho de criança que quando se realiza perde a graça, e depois queremos mais e mais e mais… E nunca estamos satisfeitos. Existe um vazio enorme no EU interior, porque na verdade o que nos faz felizes são momentos, pequenas coisas que não têm valor material, mas nos inundam a alma de sentimentos bons, de paz.

 Você já se perguntou o que não fez hoje? Ou melhor, o que não fez e gostaria muito de fazer, mas o tempo, a correria, os horários, a vida, não lhe permite fazer? E assim deixamos para amanhã, semana que vem, quem sabe ano que vem, e não chega. Carregamos as frustrações do que queríamos ser, mas não tivemos tempo… E amanhã, você vai deixar de fazer o quê? Ou vai fazer…?