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Reflexos do descontrole

Homem não chora! Que fala mais machista, que sempre existiu, mas nunca repreenderam essa atitude. De tanto ouvirem isso, cresceram como? Machistas, rudes e agressivos, e se homem não chora, obviamente não tem sentimento. Como não? Antes de definir o gênero, é um ser humano.

Alguns pais chegam a bater na criança, reprimem o sentimento sem sequer saber o que isso significa para a saúde mental, mesmo porque também não têm saúde mental, afinal aprenderam assim, e esse comportamento passou de geração a geração. Alguém tem que parar.

Por qual motivo o homem não poderia chorar ou ter qualquer outro sentimento? É feio ou porque enquanto gênero é superior, e só mulher chora? Cansei de ouvir isso. Crescem tão vaidosos na condição de se acharem melhor, que alguns tornam-se agressores de todo tipo, como o que vimos acontecer no domingo passado no debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi lamentável.

O descontrole emocional já é um problema sério na sociedade mundial, não existe mais diálogo, uma conversa civilizada. As defesas para abusadores sempre são as mesmas. ‘Está passando por problemas psicológicos’. Uma saída velha para quem não tem moral, e no caso dos dois candidatos à Prefeitura da maior metrópole do país não tem vítima, um cometeu agressão física e o outro agressão moral. São Paulo não precisa disso.

Estamos sendo marcados por uma situação de tamanha agressividade masculina que e sendo testemunhas de uma verdadeira selvageria em todos os cantos. Não existe mais diálogo, agora é pancadaria, berros, violência física, fora a violência moral e palavras de baixo calão. Perdeu-se a totalmente a vergonha, principalmente a da cara. As campanhas às eleições municipais estão sendo um verdadeiro show de horrores.

A briga pelo poder passou dos limites, estamos cansados de ver maldade e agressão, precisamos de quem tenha capacidade moral e psicológica para isso, e, principalmente, com educação e respeito. Se os governantes não derem exemplo, não haverá o que se possa fazer pelas crianças, pois diz o ditado, e é verdade, o exemplo vem de cima, sempre.

Os meninos de hoje serão os homens de amanhã, se você não quer um mundo pior do que já temos, cuide da educação dos seus filhos. Se cada um fizer a sua parte teremos uma nação mais educada e civilizada.

As relações humanas e a falta de humanidade.

De acordo com a história da humanidade, fomos divididos em clãs, vivíamos em grupo. Desta forma a população de cada nação se formou e cresceu. Até que naquele período uns ajudavam os outros, mas, e agora, o que é que aconteceu que não existe mais essa ligação entre as pessoas? Talvez a individualidade, o querer ter razão, ser melhor em tudo, ou o faço por mim, mas não faço pelos outros.

Podemos dizer que o que mais existe hoje de tóxico é a intolerância com as diferenças, ninguém quer saber de lidar com aquilo que não gosta. Mas não podemos e nem devemos ser todos iguais, mesmo porque viemos de famílias diferentes, não só pelas pessoas que nela habitam, mas principalmente por valores, crenças e costumes que cada família carrega.

Somos todos iguais por estarmos inseridos na mesma sociedade, da qual nos são apresentados desde muito pequenos os mecanismos existentes. Se parar para pensar tem um ritual, regras que estão estabelecidas que são incorporadas por todos sem questionamento nenhum.

As religiões são parte dessas diferenças, mas isso não invalida aquela ou outra pessoa apenas por ter aquela crença, continua sendo da mesma sociedade em que você está também. Mas não é assim que acontece. Existe uma competição insana pelas crenças, o que gera verdadeiros conflitos, sendo que basta entender e aceitar o que cada um é ou prefere ser.

Os conflitos nada mais são do que a insuficiência do ser humano para lidar com aquilo que não aceita no outro, precisa atacar para se sentir melhor. Mas será que isso é o suficiente? Afinal, o que se ‘ganha’ com isso? Angústia, o vazio que forma dentro daquele que atacou e tudo continua da mesma forma. Não temos o controle de tudo, apenas de algumas coisas da nossa própria vida, algumas coisas. Da morte, por exemplo, não temos.

Essa angústia gera conflitos consigo mesmo, vai sempre de encontro com aquilo que não se consegue mudar, é um monstro criado por você mesmo que briga constantemente com a sua insuficiência de querer mudar o que não lhe compete.

As relações humanas estão à beira da loucura, ou já se tornaram loucura? Todos os dias sabemos de notícias de absurdos que acontecem por intolerância, por desprezo e egoísmo. O egocentrismo prevalece de uma forma assustadora, sem ressentimento. Vale a pena viver para ser o melhor, o certo, o mais bonito, o mais inteligente, ou não deveríamos voltar a querer de fato viver o aqui e agora sem essa exposição toda e sermos de verdade quem somos?

Não esqueça que sua vida começa e termina um dia. Se não estiver disposto a enfrentar os altos e baixos, correr riscos e não aprender a lidar com os finais, então não vale a pena viver. Concentre-se mais em você, esquece os outros, temos prazo nessa passagem. Se perde tempo em querer brigar para vencer, vai acabar sem tempo para viver.