O veto dos celulares nas escolas

Escolas de todo o país estão aderindo ao desuso do celular no espaço escolar. Esta medida tem urgência no que se refere à saúde mental das crianças e adolescentes, diante da falta de atenção, falta de foco nos estudos, e, principalmente, e a necessidade de estar conectado em tempo integral.

Com o passar dos anos, e a tecnologia avançando cada vez mais, tanto crianças como jovens se distanciaram da socialização entre si. É cada vez mais comum se deparar com rodinhas de amigos e todos conectados, sem interação alguma. Isso, por sua vez, destrói os relacionamentos olho no olho, conversas e convivência em grupo.

O Ministério da Educação anunciou um projeto de lei para vetar o uso de celulares na escola, algumas já baniram o uso, e o resultado tem sido positivo, tanto para as crianças como para os adolescentes, que é muito mais difícil fazer compreender, mas alguns têm achado o veto positivo, pois agora interagem muito mais com os amigos.

Há relatos de que crianças de até três anos precisam de um acompanhamento mais de perto. Segundo matéria do G1, existem crianças nessa faixa etária que não comem ou não trocam de fraldas sem o celular. Um grande perigo para o desenvolvimento cognitivo das crianças, de modo que é preciso consciência das escolas, as quais já estão se adaptando à proibição, e aos pais dentro de casa, estabelecendo hora e tempo para o uso.

Nas escolas as telas são importantes para uso nos estudos, como pesquisas, livros digitais, vídeos interativos, simulações e jogos educativos, mas sem acesso às redes sociais, sendo que são elas que mais tiram a atenção e distraem os alunos.

Criança precisa brincar com joguinhos educativos, parquinho, interação com os amigos, hora do lanche sem celulares, participação nas aulas, interesse por livros, pelo aprendizado, pelo ambiente escolar. Tirar a atenção dos pequenos para as telas é uma forma de amor, para crescerem e aprenderem a conviver com pessoas, e não apenas virtualmente.

Os adolescentes estão crescendo com problemas psicológicos nunca vistos, preferem a interação pela internet, dentro do quarto e sozinhos, causando irritabilidade, ansiedade e até mesmo depressão. Dificuldade no convívio social e em lidar com suas emoções. Além de estarem expostos a abusos e conhecimentos em desacordo com a idade.

Não bastasse tudo isso, estão sendo seduzidos por apostas de jogos onde crianças estão aderindo e jogando, ou seja, um vício que não tem nenhum cuidado onde são postados. A internet tornou-se perigosa, se não estivermos atentos em qual ambiente os jovens estão tendo acesso, teremos um futuro de pessoas com severos transtornos psicológicos, vícios e completa falta de interação com pessoas.

Isso é saúde mental de crianças e adolescentes, não estamos falando de adultos que já se corromperam ao mal uso da internet e a usam para o mal. O futuro depende apenas de como essa geração está sendo exposta sem qualquer preocupação ao conteúdo ao que estão tendo acesso. O futuro a eles pertence, mas o presente somos nós que devemos preparar.

Dia da minha criança interior

Essa menininha da foto sou eu com cinco anos, mas ela ainda vive em mim. Aquela criança tímida, que não sabia se defender, hoje superou isso, mas a sede que tinha de escrever e contar histórias permaneceram até que eu entendesse que não era jornalismo o meu caminho, mas a literatura.

Contar histórias sempre foi minha brincadeira predileta, só não sabia que aquele turbilhão que rondava minha mente seria a coisa mais linda e importante que faria na minha vida adulta. Demorei para entender, mas entendi.

Observadora sempre fui, mas a timidez e o medo que me impediam de expor minhas ideias me fizeram guardar só para mim. Nunca fui vista como uma menina que pensava diferente das outras crianças, e isso me custou vários episódios de “ela é quieta, não é de falar muito”. Acontece que eu estava observando, analisando e descobrindo como era difícil lidar com as pessoas, e eu pensava: ‘O que se passa na cabeça dele(a) para falar isso? Por que age assim?

Gosto de escrever o que vejo e o que concluo sobre tantos comportamentos por trás das pessoas. Analiso com muita facilidade cada um. Aprendi com a vida, mas também com muito estudo sobre o comportamento humano, o que sempre me fascinou, mas não percebi antes.

Hoje posso falar com confiança sobre o que sei, escrevo minhas crônicas sabendo muito bem o que estou falando, leio muito, fiz e faço muitos cursos. Aliás, estou fazendo um de neurociência para me aprofundar melhor sobre o comportamento humano. Jamais falaria nada que não soubesse.

Meus pais foram os meus maiores incentivadores para que isso aflorasse em mim, fui criada numa casa com jornais, revistas e muitos livros. Aprendi desde cedo que era importante ler, e foi assim que me tornei uma escritora, e tenho muito orgulho. Esta é minha vida, é o que amo fazer, escrevo todos os dias e o repertório é vasto.

Uma vez disse para meu padrinho que um dia escreveria um livro, escrevi “Sob a sombra do amor”, lançado ano passado, sobre relacionamento abusivo, um assunto que todas as mulheres deveriam ler. Pena que ele não está mais aqui para ver, pois me incentivou muito para escrever, e já estou finalizando o segundo, em breve saberão. Não ficará só nestes, a menina que fui ainda tem muitas ideias e ideais, e não parará.

Mais mulheres no comando

‘Mulher não vota em mulher, não porque é inteligente’ (palavras de um machista querendo dizer que mulher é burra para assumir o poder), mas porque é muito difícil tirar esse estereótipo do poder sempre ter sido de homens. Isso tem que mudar.

Em vez de ficarem se atracando na internet, ou rezando no meio da rua porque o seu candidato não venceu, passe a votar em mulheres, pelo menos assim chegaremos um dia a ser maioria nos postos de comando.

A própria mulher acaba sendo machista agindo desta forma, dando chance para sermos cada vez mais menosprezadas. No fim, acaba que ficamos sem opção de voto, as mulheres são a minoria nas disputas, mas são a maioria no eleitorado, portanto, nós é que elegemos os homens.

O Brasil lutou tanto pela democracia, e o que estamos fazendo com ela senão brigar por candidatos que sequer conhecemos? A política se tornou um ringue, cada um fala e faz o que quer, no impulso ou na maldade mesmo. O que está acontecendo senão uma epidemia de transtornos mentais? Não é normal o que estamos vendo.

Pleitear um cargo não é na unha, existe a diplomacia e a seriedade de quem realmente deseja fazer algo, ou pelo menos mostrar sua pretensão. Quando uma mulher está lá não é levada a sério, é debochada e desqualificada. Mas não percebem que elas sempre têm argumentos e respostas firmes, não perdem a linha, não descem do salto.

Para eles, mulher deveria continuar sendo ‘do lar’, palavra pejorativa que jamais deveria existir.  Somos tudo o que quisermos ser, inclusive estar no comando, encabeçar cadeiras tidas para homens, com a capacidade de trabalhar sem precisar atacar, falar ou humilhar, porque quem usa de subterfúgios só demonstra incapacidade e medo, precisa destruir o outro para aparecer, senão será engolido. Por isso preste atenção no posicionamento, falar qualquer um fala, já fazer.

O passado é o presente

Dizem que não podemos viver do passado, nem pensar no futuro, porque o presente é onde alicerçamos o que desejamos, mas como esquecer o passado se hoje somos fruto dele?

Quando você olha para a história da sua vida, a sua infância, a sua família, o que você sente? Saudade de uma fase feliz, boas recordações, ou mágoa, tristeza, raiva? Todos nós temos boas lembranças, em algum momento ficou marcado no seu coração. Não importa se houve problema, sempre há na vida de qualquer pessoa, não existe a felicidade plena.

Se parar para pensar vai lembrar de algum momento, e verá que muita coisa mudou, mas a sua essência não muda. Ainda existe aquela pessoa dentro de você, senão não seria o que é hoje.

Somos feitos de momentos, tudo passa em um segundo e, se desperdiçar esse único segundo, já terá perdido o que há de mais importante, o tempo. Se fechar os olhos por um minuto que seja e sentir sua respiração, se acalmará e sentirá a paz que vive desejando e não encontra, pois ela está dentro de você, mas não temos tempo de perceber.

Uma criança, quando está brincando, está vivendo aquele momento inteiramente, mas por que quando crescemos perdemos esse foco? Estamos mais preocupados com o futuro do que com o presente, e o futuro ainda não chegou, e se não fizermos nada agora ele nem vai chegar. Por isso tanta frustração.

A nossa criança está sufocada em algum canto da nossa alma, com ansiedade, pânico, depressão, por viver de futuro, sofrer por uma situação que nem existe ainda. Isso mata. E o passado, onde está? Na sua memória, na sua saudade, no seu arrependimento, no esquecimento das coisas boas.

Se o meu passado me fez assim, por que devo esquecer? Se meu passado me sufoca por que não mudo agora? Se meu passado me traz boas lembranças, por que não vivo mais como antes? O que mudou?

Minhas experiências, as pessoas que conheci, os trabalhos que fiz sem querer, as dificuldades que enfrentei, as situações que não esperei, as expectativas que criei e acreditei, mas não existiam.

Cada pessoa carrega consigo sentimentos que não sabemos, atrás de um sorriso há muitos mistérios, desejos e sofrimentos que não sabemos. Por isso não julgue ou condene sem saber daquela história, conhecemos as pessoas por fora, por dentro “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” (Dom de iludir/Caetano Veloso).

Antes de condenar pare e pense. E se fosse comigo, eu aceitaria? Empatia.

A conclusão é que só nos sentimos felizes quando lembramos do passado que não demos a importância que tinha, só porque era o presente. Se soubéssemos disso antes teríamos lapidado o futuro, e quem sabe viveríamos a felicidade plena.

Como ser mulher nessa sociedade machista

Estamos esperando que a humanidade mude sua mentalidade conservadora, de um passado que não tem mais como viver, em relação às mulheres. Mas nem mesmo no segundo milênio as coisas mudam.

Ficou no passado distante que mulher não podia trabalhar, tinha que cuidar da família, cozinhar e servir ao marido, que já naquele tempo, o homem tinha total liberdade para tudo, principalmente tratar a mulher como empregada. Isso acabou faz tempo, mas parece que os jovens de hoje querem viver como velhos.

Acredito que a maioria deve ter ouvido falar ou lido uma notícia de um jovem empresário, desfazendo de uma mulher ser CEO numa empresa. “Deus me livre uma mulher CEO”. Não temos capacidade só para isso, somos muito mais. No momento de assumir cargos não pode, mas se usar determinada roupa é vagabunda, se engorda é relaxada, se não casa é solteirona, infinitas coisas falam sobre mulher, mas não sabem o que é ser mulher.

Cada vez mais temos medo de sair, a falta de respeito, a maneira como enxergam, é como se fôssemos um objeto de brinquedo, é nas ruas, no trabalho, em qualquer lugar. A mulher conquistou seu lugar de cidadã, mas não aceitam, e cada vez mais cresce esse ódio, essa intolerância, esse desrespeito.

As mulheres lutam dia após dia pela sua liberdade, pelo respeito que merecemos ter. A mulher tem outra visão de mundo, enxerga os problemas com mais sensibilidade, provisionando à frente o que pode ser feito. Mulher é forte, sabe se virar sozinha, nunca foi o sexo frágil, tem que lidar com muitas adversidades no corpo. Mas é frescura. Uma frescura que ovula todo mês e sangra, e no final, quando para, também gera problemas.

Nós não temos capacidade, realmente não temos, para lidar com homens tão imaturos e desorientados que sequer se dão conta de que precisam de uma mulher para nascer. Não queremos competir, mas se nos formarmos na mesma sala, na mesma faculdade, aprendermos a mesma profissão, qual o motivo das diferenças? Não queremos ser apenas mães, queremos ser mulheres, e respeitadas.

Reflexos do descontrole

Homem não chora! Que fala mais machista, que sempre existiu, mas nunca repreenderam essa atitude. De tanto ouvirem isso, cresceram como? Machistas, rudes e agressivos, e se homem não chora, obviamente não tem sentimento. Como não? Antes de definir o gênero, é um ser humano.

Alguns pais chegam a bater na criança, reprimem o sentimento sem sequer saber o que isso significa para a saúde mental, mesmo porque também não têm saúde mental, afinal aprenderam assim, e esse comportamento passou de geração a geração. Alguém tem que parar.

Por qual motivo o homem não poderia chorar ou ter qualquer outro sentimento? É feio ou porque enquanto gênero é superior, e só mulher chora? Cansei de ouvir isso. Crescem tão vaidosos na condição de se acharem melhor, que alguns tornam-se agressores de todo tipo, como o que vimos acontecer no domingo passado no debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi lamentável.

O descontrole emocional já é um problema sério na sociedade mundial, não existe mais diálogo, uma conversa civilizada. As defesas para abusadores sempre são as mesmas. ‘Está passando por problemas psicológicos’. Uma saída velha para quem não tem moral, e no caso dos dois candidatos à Prefeitura da maior metrópole do país não tem vítima, um cometeu agressão física e o outro agressão moral. São Paulo não precisa disso.

Estamos sendo marcados por uma situação de tamanha agressividade masculina que e sendo testemunhas de uma verdadeira selvageria em todos os cantos. Não existe mais diálogo, agora é pancadaria, berros, violência física, fora a violência moral e palavras de baixo calão. Perdeu-se a totalmente a vergonha, principalmente a da cara. As campanhas às eleições municipais estão sendo um verdadeiro show de horrores.

A briga pelo poder passou dos limites, estamos cansados de ver maldade e agressão, precisamos de quem tenha capacidade moral e psicológica para isso, e, principalmente, com educação e respeito. Se os governantes não derem exemplo, não haverá o que se possa fazer pelas crianças, pois diz o ditado, e é verdade, o exemplo vem de cima, sempre.

Os meninos de hoje serão os homens de amanhã, se você não quer um mundo pior do que já temos, cuide da educação dos seus filhos. Se cada um fizer a sua parte teremos uma nação mais educada e civilizada.

O fogo, o ar, a água e a Terra. A vida está por um fio

Morreremos sufocados ou queimados? Por que o Homem se tornou tão irracional no segundo milênio? Dinheiro, poder, audácia, excesso de ‘sabedoria’ nula, ou será que foi eu quero, eu posso, eu tenho?

 Há muito se fala sobre o derretimento das geleiras, um dia iria acontecer, mas quem se importou com isso? Aos poucos o clima foi mudando, aumentando a temperatura. Hoje vemos o aquecimento global causando doenças, as consequências desastrosas como secas, tsunamis, furacão, vulcões adormecidos há décadas entrando em erupção, o aumento do nível do mar.

O ser humano não está preparado para calor extremo, frio extremo, não existe mais estação do ano, ou é calor demais ou frio demais, seja o mês que for. As doenças começam a surgir, vírus estão saindo de seus habitats e invadindo cidades no mundo. Tudo por causa do Homem.

Do outro lado do mundo, guerras que não findam estão destruindo a Terra, crateras são abertas pelos mísseis, cidades praticamente desaparecem, pessoas inocentes morrem por um interesse político e de território. As placas tectônicas se movimentando. Mas não param.

Aqui no Brasil, as queimadas, a princípio, achamos que fossem por causa da seca, da falta de chuva, que também é consequência dessa instabilidade climática, não tem onde formar as atmosferas de gelo e calor para gerar chuva. Estão acabando com nosso ar, com nosso oxigênio. Além de tudo isso, o Homem continua a causar na Terra, alguns com alma perversa, ainda não se sabe o motivo, mas queimam por queimar, queimam por puro prazer, queimam vidas, a vegetação tem vida.

O agronegócio sendo prejudicado por quais questões? Destruir onde se planta alimentos é destruir a vida, não perde só quem planta, perde toda a população, inclusive quem incendeia. O alimento não chegará à mesa ou chegará mais caro, mas será esse o motivo para ter o que reclamar depois? E isso interessa a quem, se faltará para todos?

Quem está pensando nas consequências disso? Essas pessoas não têm família, filhos, netos, pai, mãe? Quando se toma uma atitude insana está também prejudicando os seus, se é que tem alguém para chamar de seu. Matar pessoas, animais, a própria vegetação, não tem graça, não existe motivo, a vida é dada para todos, inclusive para quem tem coragem de um ato tão desumano.

Estamos sem ar, não temos mais um céu azul, é cinza. Se nada for feito o próprio Homem vai acabar com o mundo, pois está colocando tudo a perder. Acabaremos sufocados, queimados e loucos? A Terra não terá mais como abrigar ninguém, tão breve acabará a água, acabará o ar, acabará a terra e acabará em fogo. E tudo já está acontecendo. Quanto tempo mais teremos se isso não tiver fim? Ou o Homem acaba com tudo ou a Terra acabará com o Homem. E todos voltaremos ao pó.

Portanto, vamos sim às ruas protestar, mas para um bem a todos, um bem à vida. Agora não é momento de sair em defesa desse ou daquele, é hora de todos se unirem pela vida, e a vida não é uma rede social, é respirar, pulsar o coração, ter a mente sã e amor no coração. Tendo isso não precisa de briga, não somos animais irracionais para brigar por território, nascemos com inteligência suficiente para procurar nosso caminho, e não é inflando o peito, é respeitando e fazendo por si. Daí sim terá vida, o que está a se fazer é caminhar para a morte, e isso não faz parte da evolução. Evolua para Ser melhor, e não para Ter mais.

A vida é uma história

Quantas histórias nós temos para contar? A partir do nascimento, tudo o que acontece é história, como dizia a música do Lulu Santos. “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará”. Momentos são guardados na memória, passam rápido, mas nunca mais serão iguais, mesmo que queira reproduzir, mas a época é outra, o lugar, as pessoas, o comportamento, a atmosfera. Passa, mas vira história.

Tudo o que vivemos agora será parte da nossa história, um dia lembraremos com saudade, com o mesmo sentimento que tivemos, mas o tempo já é outro. Uma criança de cinco anos já tem história, pequena, mas tem. Quanta evolução desde o nascimento, quanto aprendizado, até acha graça dos acontecimentos daquele bebê que já cresceu, e ainda tem muitas páginas em branco para escrever.

E nós, adultos, quantas histórias já passaram, e quantas continuam por vir. Na próxima década, vou lembrar desse momento de introspecção em que estou agora e que me deu vontade de escrever sobre nossos momentos na vida. Essa crônica nasceu de uma reflexão de como a gente não se dá conta de que tudo o que acontece, seja agora, amanhã, semana que vem, será guardado na nossa história. Fez parte da nossa vida.

Não são apenas bons momentos, é uma pena, mas tudo o que acontece teve que acontecer, e em muitos casos foi assim que aprendeu, amadureceu, cresceu e entendeu a sua vida. Marcas também ficam. As pessoas vão e vêm, entram e saem das nossas vidas, mas deixam suas marcas.

Por isso aprendi que precisamos aproveitar todos os momentos que nos são oferecidos, os bons amigos, a família da qual você veio, a família que construiu, o trabalho, as oportunidades; nunca diga não, às vezes é a única que terá, diga que ama, abrace, beije, se divirta, trabalhe, estude, mas jamais deixe de aprender e reconhecer que comete erros, mas também acerta, e que está tudo bem.

Dessa vida não se leva nada, mas deixa recordações e sua essência. Trabalhe para deixar seu melhor, o que está fazendo agora vai ser sua história amanhã. Então, é melhor ter uma lista de boas lembranças do que não fazer falta.

 A TV que não entretém

Liguem os seus aparelhos de TV, é hora de entretenimento.  O que você acessa que pode ser chamado de entretenimento? Programas de humor, geralmente acabam por humilhar alguém. Novelas, sempre tem um ou mais personagens que passam os seis, sete meses no ar armando contra alguém, parece que vivem para isso. Reality show, o nome, norte-americano, até que é bonito, mas entreter o quê? Gente brigando, falando mal do outro, choro, bebedeira. Definitivamente, não é entretenimento.

O que vale a pena mesmo é programa de entrevista; e tem ótimos programas, e canais de streaming com filmes, séries, documentários, musicais que realmente te desligam do cotidiano violento que vivemos.

Essa semana, pós morte de Sílvio Santos, muitas matérias foram feitas a respeito do homem do entretenimento aos domingos. Realmente, ele foi o único animador de plateia, comunicador, apresentador de TV, que fez da televisão, não só aos domingos, mas todos os dias, com sua programação única, a alegria de milhões de brasileiros.

As novelas Carrossel e Chiquititas, as quais fizeram uma geração cantar, dançar, vestir as roupas das meninas, uma febre dos anos 90, mas inesquecível. A série do “Chaves”, passou durante muitos anos, ficaram famosos no Brasil por causa do SBT e programas como do Gugu e Eliana seguiram na mesma linha.

Sílvio Santos foi um idealizador da TV da família, aquela de reunir todos aos domingos, um dia em que não se tem nada pra fazer, e ele entendeu como poderia promover essa união. O conjunto “Titãs” falou sobre a importância dele no começo da carreira do grupo, o espaço que o programa deu a eles com participações em vários quadros. Até compuseram uma música chamada “Domingo” inspirada no programa Sílvio Santos, e na letra mencionam o seu nome e falam sobre o que é o domingo.

Para você que está lendo não sei, mas eu gostaria de ligar a TV e poder relaxar de verdade com programas mais leves. Não quero ver assassinos tendo ibope em quase todos os canais, não quero ver novelas que só propagam a maldade, as armações, o poder e o dinheiro, não quero assistir jornal e saber só de coisas ruins, não quero saber só de doenças, quero saber de saúde e curas; não tem nada de bom acontecendo?

Então por que quando saímos não vemos esse mundo sujo que os noticiários insistem em mostrar? Acontecem as coisas? Sim, acontecem, mas também tem coisa boa por aí e gente boa também, a maldade dá audiência e aumenta o medo.

Precisamos sorrir mais, rir até doer a barriga, passar a hora colocando a cabeça para pensar assistindo um bom filme, aprender com uma boa entrevista, ver gente bonita, assistir gente conversando de coisas boas, assistir um musical, e lembrar que amanhã tem mais vida, tem mais um dia para viver e ser feliz.

As emoções nas crianças

Já ouviu falar em educação socioemocional? É um programa para implementar nas escolas para crianças e adolescentes. Mas o que é isso? É um processo de ensino e aprendizagem no âmbito social, comportamental, pensamentos e emoções, aprender a ter resiliência, empatia com os outros, no caso da escola com amigos, professores, funcionários, para a vida.

Estamos num mundo onde as crianças estão expostas a todo tipo de informação, como a violência, a falta de controle de adultos sendo exemplo para crianças, palavreado inadequado, valores, educação e respeito deixados de lado.

Nunca tivemos tantas crianças com ansiedade, depressivas e consumistas, é comum vermos as exigências mais absurdas pelo consumo, pelo simples fato de ter. O consumo e o descarte de coisas por outras que dizem ser mais avançadas, mas que na verdade é um ponto aqui ou nada apenas para vender, para ganhar, para enlouquecer.

Daí os problemas emocionais em crianças! Vivem como adultos sedentos pelo novo, desfazem de colegas que não têm o objeto de desejo do momento, praticam o bullying, seus valores é o quanto custa, não o que vale a pena. Precisam de ajuda.

Este artigo estava pronto ontem (21 de agosto), quando li uma matéria sobre um garoto negro, gay, da periferia de São Paulo e bolsista do colégio Bandeirantes, um dos mais caros da cidade. O garoto de 14 anos sofria bullying há um ano e meio, desde que conseguiu a bolsa através de um processo seletivo rigoroso para alunos de baixa renda acessarem colégios de classe alta. Avisou a mãe o que estava acontecendo, sofria com a situação, e ela tentava acalmá-lo, mas o garoto deixou de falar no assunto. O gesto desesperado do garoto aconteceu no dia 12 de agosto, quando ele saiu de casa para ir à escola, mas não chegou, tirou a própria vida no caminho.

A escola aderiu ao programa ‘convivência positiva’ depois de muitos fatos ocorridos na unidade em relação a comportamento. A escola não pode ajudar sozinha, tem que haver a colaboração da família para que a disciplina seja alcançada, senão nada disso surtirá efeito. A educação começa em casa, e a família não pode deixar nas mãos da escola a educação dos bons modos e respeito. O adulto de amanhã será exatamente o que aprendeu em casa, e não na escola.

Resgatar a educação não é careta, é necessidade social, é saber que não se pode tudo e nem falar tudo o que pensa, a resiliência é que ajuda a criança a se transformar ou superar traumas. A empatia, saber se colocar no lugar do outro, ‘o que você não quer pra você não faça para o outro’. Ou seja, aprender a lidar com suas próprias emoções e a dos outros também, não achando que o problema do outro não lhe diz respeito, e desta forma sentindo-se mais importante e valorizada.

A escola não educa, a educação vem de casa, mas a escola pode nutrir esses valores, além de instruir didaticamente. São pequenas atitudes no dia a dia que transformam, mas os pais também precisam participar, isso é parceria, e principalmente para seu filho.

Crônicas, artigos e críticas literárias