Brincadeira de criança virou realidade de adulto

De repente mulheres adultas passaram a brincar de boneca, os bebês reborn. Será mesmo brincadeira ou problema de saúde mental? Até que ponto devemos levar o simples fato de querer ter um bebê que pareça verdadeiro, e fazer dele uma verdade doentia? Sim, não é normal levar uma boneca no pronto-socorro, com mala, roupa, fralda e todos os utensílios que se usa para um bebê de verdade. Fazer parto, levar no parque para passear no carrinho, alguns até nos brinquedos.

Sempre falamos muito em inversão de valores, mas agora já passou do normal. Não querer ser mãe não é um problema, é uma escolha, mas quando mulheres com família, filhos e netos de verdade adotam esse comportamento, é uma situação que deve ser de preocupação para os familiares, não uma brincadeira. A saúde mental está cada vez mais explicita e sem controle.

A falta de convivência humana está deixando a população doente, só se fala por mensagem, não precisa nem sair de casa para comprar nada, é só pedir pelo aplicativo, de comida a roupa e bebida, assim como fazer transferência bancária, pagar contas e muitas outras coisas que se imaginar. Conhecer alguém também vale. Pesquisar alguma coisa, saber endereço, IA faz tudo para você. E o contato físico, um abraço, olho no olho, calor humano? Está acabando.

A falta de afeto, a agressividade das pessoas, enganações, o crescimento desenfreado da tecnologia, transformando o mundo real em tela, mentiras, ilusão, tudo isso está se transformando em alucinação, fantasia da falta do afeto que existe. É como as crianças terem amigos imaginários, aqueles que a gente tem que conversar, dar a mão, dar banho no vazio, naquilo que não se vê, mas a criança vê, sente e brinca. É o que está acontecendo com algumas mulheres, não deixa de ser um bebê imaginário, só que tem forma, e você vê e pega, mas é um boneco, não respira, não reage. Isso é uma fuga.

O inverossímil, a brincadeira, é uma forma de fugir da realidade, esses bebês não te frustram, não te decepcionam, não te tiram o sono, é como se fosse cuidar de um bebê morto. Sair da realidade é uma forma de não lidar com as frustrações que a vida trás, o vazio, torna-se um afeto que faz falta, estamos diante de um problema de saúde mental preocupante. É isso que a vida atual está trazendo, desordem, desorientação, é um apelo por amor, como se falasse: “Ei, estou aqui”. Já vi um caso que foi parar na Justiça pela guarda de um bebê reborn. Não dá para brincar com a Justiça, é hora de se tomar uma atitude.

A sociedade está doente, as pessoas se perderam entre a realidade e a fantasia, o mundo real está pesado de encarar, o mundo está se esvaindo, mas os poderosos da tecnologia não têm dó, cada vez estamos mais envolvidos e vigiados. Quando todos enlouquecerem, não sobrará ninguém para contar o que foi viver no século XXI. Ou começa tudo de novo, ou vão acabar com a vida.

Por Maristela Prado

A vida é bonita

A mulher aprendeu a se calar, não dar sua opinião, aceitar tudo o que lhe era dado como culpa, por mais que faça, nunca é o suficiente. Não podemos mais deixar com que continue sendo assim, nem tudo é sobre você, nem tudo é culpa sua, o problema pode estar no outro, é muito fácil apontar o dedo para alguém e se livrar da culpa, é difícil olhar para dentro de si e encontrar o problema. Isso não é apenas sobre mulher, mas sobre problemas com a saúde mental, que atinge a população mundial, apesar de a vida ser bonita.

Pare de achar que tudo é com você, que os outros são melhores, que são mais felizes, que a vida é perfeita. Não é, somos imperfeitos, por mais que queira mostrar o contrário, acaba saindo por um lado ou por outro, sempre deixa escapar, fala uma coisa, mas faz outra, e passa despercebido, mas nem sempre.

O dinheiro não faz das pessoas a perfeição, assim como o poder que vemos todos os dias ser o centro de algumas pessoas, mas por trás há tantas inseguranças, medos, e até frustração, mas mostra em forma de poder absoluto. Quem tem poder absoluto? Ninguém é dono de nada. Então para que tanta briga? Ego, já ouviu falar? É o maior mau do mundo, se mostrar, querer ser invejado, mandar, ter o domínio, tudo isso por vaidade. E a briga não acaba, mostra apenas a fragilidade de quem está por trás querendo ser o campeão, o vencedor.

Se as pessoas pensassem mais em si, sem querer provar nada para ninguém, apenas por si, tudo seria diferente, cada um vive sem flash (como dizia uma antiga personagem de novela, “cada mergulho é um flash”), no caso de hoje tudo é um flash, nada passa despercebido, já ficou meio saturado. A quem interessa o que você está comendo? Se está no hospital, a declaração de amor para seu filho, e outras coisinhas passadas. Declarar amor a alguém tem mais valor quando é pessoalmente, não é para o mundo, só interessa àquela pessoa.

Já pensou se um dia a população começar a pensar em si? Começando pelo autocuidado, como, por exemplo, aceitar-se como é, sem querer ficar igual a alguém. Trabalhar, fazer atividade física, ler um livro. Aprender um instrumento musical, artesanato, lazer, exercitar o cérebro. Isso seria ótimo. Relaxe, curta sua família, durma bem, cuide da sua saúde física e mental, comida saudável. Muita gente quer ser magra e está deixando de se alimentar direito, o corpo perfeito é saudável, mas não sem alimento. Quem não se alimenta está doente. Se precisar, procure ajuda, não é feio cuidar da saúde mental, feio é ficar doente e atrapalhar a vida dos outros.

O mundo está precisando de pessoas saudáveis, que olhem com amor para os outros, sem inveja, sem estrelismo. Está todo mundo doente por querer e não poder, isso adoece, ninguém tem tudo, por isso tanta gente frustrada. A imaturidade está no adulto também, que acredita em tudo o que vê e no que ouve, não procura informação de verdade, se ilude com declarações falsas, fotos da família feliz, da vida em outro país sem problemas; o problema vai com você, ou encontra outro lá, essa é a vida. Como dizia Gonzaguinha, “a vida é bonita, é bonita é bonita”, pra quem vive sem olhar dos lados, mas olha pra frente, que é pra onde se vai.

A verdade sobre ser mãe

Ser mãe foi a maior prova de amor que tive na vida, uma mãe nasce no parto, e só depois disso é que vivenciamos o amor de verdade. Não romantizo essa vivência, mesmo porque, apesar de todo o amor que sentimos por aquele ser que saiu de dentro de nós, temos que enfrentar com coragem tudo o que nos espera para cuidar daquela criança, e não é fácil. A gente aprende por amor, aprende a dar atenção, entende que a vida não é só por você, aprende a se doar, e não se arrepende disso.

Criar um filho não é um mundo florido repleto de felicidade, pois desde o primeiro momento já dá para sentir o peso da responsabilidade nos seus braços, mas escolheu ser mãe, e não é por algum tempo, é para sempre. Eles crescem e precisam encontrar seu próprio caminho, precisam voar, e nós temos que deixar. Seus filhos são do mundo, você também saiu para o mundo e deixou seus pais, agora é a vez deles, e nós apenas temos que aceitar.

Tem mulher que não quer ter essa experiência, e está tudo bem, cada um sabe o que quer da sua vida, e ninguém tem o direito de julgar. A vida é sua. Eu, desde muito pequena, adorava brincar de boneca e ser a mamãe, estava em mim o desejo de ser mãe. Tive dois, um casal, como eu queria. Numa família de muitas mulheres, eu sentia uma vontade imensa de ser mãe de menino, e fui.

Mãe a gente leva para a vida toda. Mãe é aquela que sempre estará ao seu lado, seja você uma pessoa acima dos cinquenta, ela vai te tratar como se tivesse dez. Amor de mãe nunca acaba, a gente só aprende viver à distância. Amor não tem limite, amor é dentro do coração, não é do lado. Quantas pessoas vivem do lado e não amam?

Embora eu ache que mãe não tem dia, mas inventaram um, nesse dia especial, então vamos estar juntos. A vida passa num piscar de olhos, a única pessoa no mundo que te ama de verdade e quer o seu bem, só pode ser sua mãe, sem ela não existe amor que substituirá o que ela fez por você. Mãe é mulher, respeite todas as mulheres como se fossem sua mãe.

Por Maristela Prado

  O mundo da fantasia

As flores, o jardim, as casinhas coloridas, pessoas sorrindo, o sol, a vida. Não, rebobina a fita, o mundo da fantasia que vivemos hoje é o mundo da competição, de quem tem mais poder, da birra de adultos infantilizados, da condição social, da cor, do gênero, da esperteza, de quem vai herdar o mundo!

As pessoas correm todos os dias como se não houvesse mais tempo. Tempo pra quê? Para ganhar mais, para colocar em prática o plano que vai devastar pessoas, para aquele que pretende viver plenamente às custas da tristeza de outros? Disse o Papa Francisco, aquele que dispensou o luxo, que contemplava a paz, que pensava nos necessitados, que lutou por um mundo melhor. “As pessoas aceleram da hora em que acordam até dormir, e isso é perigoso para a saúde mental, espiritual e física”. Ele sabia o que estava dizendo, e por que estava dizendo.

Esse é o mundo da fantasia de ser, de ter, de poder, da soberba, da frustração, de mostrar o que não é, da necessidade de ser melhor, de dar voz às suas vontades, a ter razão e não ter amor. É uma fantasia macabra que prejudica, mata e desorienta. Desilude, enlouquece, mexe com o mental e piora a cada dia. Vivemos uma mentira, na mais pura maldade. Parece que o ser humano está se acostumando a viver assim, quase uma normalidade, mas não é, apenas estamos adoecendo mentalmente e espiritualmente como disse o Papa Francisco. Viver tudo isso e achar normal já é um sinal de doenças do século XXI, a depressão e a ansiedade.

Alguém se dispõe a cuidar da saúde mental? Ou será que só a física, a aparência que leva a essas doenças é que importam? Quem vive na fantasia e se desloca da realidade já diz tudo sobre si, precisa de cuidados.

A violência, a ganância e o ego são fatores importantíssimos sobre saúde mental. Até as crianças estão sendo expostas a essas situações, não apenas dentro de casa assistindo a embates dos pais e atitudes claramente faladas na frente dos pequenos, mas pelas redes sociais, onde corre o perigo acelerado em tempo real, entre amigos, nas escolas. Crianças morrendo por participarem de desafios intencionais para levar à morte, acesso a assuntos que não deveriam saber, daí nasce o bullying nas escolas, de exemplos e das criações que não se pode frustrar.

Os abusos estão em toda parte, e como nos proteger, ficando em casa? Não, cuidando da nossa saúde, fazendo exercícios físicos diários para colocar o peso que carregamos para fora, tendo uma alimentação saudável, longe das enganações das prateleiras dos supermercados, comendo comida de verdade, preferencialmente da feira. Ouvindo música, fazendo terapia, escrevendo e lendo histórias, assim sua mente viaja por lugares imaginários e está em perfeito estado de conservação. Quer uma ideia saudável? Pratique a escrita terapêutica, escreva um diário e conte para ele tudo o que te incomoda. Além de desabafar, se sentirá melhor para o dia seguinte. E não esqueça, é você quem escreve sua história todos os dias, depende das suas escolhas, e não adianta arrumar um culpado para seus problemas, o culpado está no espelho, olhando para você sempre que chega perto.

Antes de achar que o mundo está contra você, reflita o que foi que você fez para estar passando por alguma situação difícil, normalmente foi uma escolha sua, mas dói olhar para dentro de si e enxergar os seus defeitos. A dor faz parte da vida. Para conhecer a tal da felicidade, primeiro precisa conhecer a dor; para conhecer a bonança, antes precisa conhecer a falta; e, para realmente viver uma vida plena, e não a fantasia, é preciso equilibrar saúde mental, espiritual e física, só assim viverá a sua paz.

“Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente”.

Papa Francisco

Por Maristela Prado

Sobre os perigos da vida de hoje

Onde começou o machismo? Lembra quando estava na escola e aprendeu sobre os Paleolíticos? Foi aí que começou o humano, viviam de caça e pesca para se alimentar, começaram as famílias, e quem ficava nas cavernas cuidando da comida que o homem trazia e cuidava dos filhos? A mulher, claro, faz muito tempo. Como dizia Raul Seixas, “Eu nasci há dez mil anos”. É realmente uma frase verdadeira, tudo isso começou há mais de dez mil anos. Muita coisa mudou, mas o machismo não. Engraçado, não é? Tudo evoluiu, menos isso. Até hoje as mulheres tentam ser respeitadas, e não é sobre cargo, salário, é sobre ser mulher, e tudo o que nos envolve.

O mundo está perigoso, não só para as mulheres, mas para as crianças e os adolescentes. Estamos cercados de pessoas perversas que manipulam, enganam, ameaçam, fingindo que apenas estão por aí brincando com vidas, testando até onde uma pessoa suporta. Atender a uma chamada é perigoso, abrir uma mensagem é perigoso, colocar seu filho na escola também é perigoso, acontecem atrocidades inimagináveis, deixar seu filho em casa é perigoso, os criminosos estão em todos os lugares, principalmente nas redes da internet. Mulher nem chamar um carro de aplicativo com segurança pode mais, é visada por todos os lados. A atenção de crianças sendo chamada por joguinhos criminosos, por trás tem alguém prejudicando a infância do seu filho. Quem está por nós?

Deveríamos ter uma proteção mais eficaz, mas não temos, até nestes casos vimos brigas de autoridades e lados políticos. Isso é sério, não tem lado, tomos somos responsáveis pelas nossas crianças, pelos nossos direitos, pela nossa proteção. Apoio, respeito e ter uma vida verdadeira, uma vida sem medo. Chega! Já deu tudo isso. A pandemia não fez as pessoas melhores, fez as pessoas enlouquecerem.

Ninguém está longe de tudo o que está acontecendo, somos todos do mesmo lugar, estamos na mesma situação em qualquer região do nosso país e no mundo, não temos para onde correr. E o ódio continua a ser destilado pelas redes, como se os caçadores de vulneráveis, sendo elas crianças, adolescentes ou adultos, que só repetem o que ouvem sem nenhum conhecimento, não terão o seu dia de azar. O seu lado político não diz nada quando o assunto é vida, se não nos movimentarmos nada mudará, chegará o tempo em que tudo será normalizado, e nós seremos obrigados a aceitar toda essa catástrofe enquanto tomam conta como querem. Quando todos se forem não terá separação de lado, terá separação do que se fez aqui, da índole, do caráter, da capacidade de fazer o mau, ou o bem. A escolha é sua, a vida da sua família depende das suas escolhas, famílias destruídas têm alguém que começou, e tem que haver alguém para parar, que seja por você. Não é na divisão, é na união que somos mais fortes, quando todos querem a mesma coisa, a não ser que goste de sofrer. Acho que não.

Vaidade ou felicidade?

São tantas questões que nos impedem de raciocinar direito que mal sabemos o que é uma coisa e o que é outra. São informações de todos os lados e, para piorar, não sabemos qual é o lado certo. Tem muito sabido de tudo falando na internet, dando dicas, afirmações que nada têm a ver com a vida de verdade. Se na realidade vamos a um hospital e não sabemos se aquele médico realmente é médico, ou se sabe mesmo te dar um diagnóstico, como podemos confiar em qualquer um que aparece com um jaleco branco e um estetoscópio no pescoço? É um tal de pode comer isso, não pode comer aquilo, isso faz bem, isso faz mal, tire isso da sua alimentação, coloque isso. Em três dias você perde 15 quilos! E o pior, tem quem acredite.

Agora imagina o que estão fazendo com a sua cabeça em relação às compras? A todo momento tem algum produto novo, mais potente, mais velocidade, mais isso, mais aquilo. Agora não usa mais cortina, tire isso da sua cozinha, isso não é mais moda para sua casa. Gente! De onde sai tanta loucura? Quem, em sã consciência, vai atrás de tudo isso? Daí as pessoas saem fazendo o impossível para ter um carro de luxo, uma casa moderna, um apartamento de alto padrão, um iPhone de última geração, e nunca acaba.

Hoje compra uma coisa, que felicidade; amanhã já passou e quer outra. É felicidade ou vaidade? Porque insistem tanto em achar que bens materiais trazem felicidade, se ela só existe em alguns momentos da vida, e nem é felicidade, é alegria. E passa. Essa tal felicidade só se encontra nas redes sociais onde todo mundo é feliz, viaja, sai, faz tudo sem nenhum problema. Exibem suas vidas com tanta veracidade que acreditam, mas a vida de verdade não é assim, e isso todo mundo sabe, até quem posta todos os dias aquele sorriso, como se por trás daquilo não houvesse tristeza, batalha, frustração, solidão.

Quantas vidas foram tiradas porque queriam ter a vida daquelas que fingem ser? E quem não pode, nem se quiser, o que faz para ter? Tudo o que a gente já conhece faz tempo. Pode até ter quem vá pensar. Já vai falar de pobre, mas essa classe social é muito maior do que quem posta tudo o que tem de material, mas em alguns casos nem sabe o que é ser feliz, sofre com coisas que um pobre não sofre. Ou melhor, se sofre é igual, só muda o lugar, as pessoas, a condição, mas se tiver um câncer vai morrer no hospital público e o outro em hospital pago, mas que não existe em nenhum lugar do mundo alguém com capacidade de não permitir que morra só porque é famoso ou tem dinheiro, o fim é o mesmo. E quem nunca teve um parente pobre?

Mas a questão aqui é que todos querem hoje tudo por vaidade, ninguém é feliz, aprenderam que é preciso mostrar o que tem, provar que pode, não é para você, é para o mundo. As redes sociais acabaram com a vida de verdade, não só as crianças e adolescentes, adultos também estão expostos diariamente a essa lavagem cerebral, com os celulares em mãos, só olhando aquele mundo de informações e condições de comprar em um clic. Presta atenção, quando está em lugar público, ninguém está conversando ou lendo uma revista, está de cabeça baixa rolando a tela. É um vício como outro qualquer, que leva à ansiedade e depressão. Antes psiquiatra era visto como médico de loucos, hoje todo mundo precisa procurar um. Só descobrimos que a saúde mental é tão ou mais importante do que a saúde física depois que nos bombardearam com tantas informações, e muitas delas falsas. Se a cabeça estiver legal, o corpo não adoece, e se adoecer será coisa comum, nada que prejudique sua vida, seu dia a dia. Escolha ser feliz, e são coisas de graça que te fazem feliz. Imagina você acordar todos os dias? Andar, falar, sentir a brisa do vento, ver o sol, ter uma mesa com comida, ter uma casa, um quarto e cobertas para dormir, poder tomar um banho gostoso, ter família, amar e ser amado. Isso não te faz feliz? ‘Mas sem dinheiro não tenho nada disso’. Tem sim, o suficiente para viver e ser feliz. Quer uma vida longa? Deixe a vaidade (material) de lado e vai ser feliz, o resto que você vê todo dia, passa batido, a realidade não é aquilo mesmo. Eu tenho celular, mas faço de tudo para esquecer o maior tempo possível do dia, às vezes saio até sem, e sabe por quê? Adoro minha liberdade, e o celular aprisiona qualquer um. Se eu precisar? Sempre vai ter alguém com um. Liberdade em primeiro lugar.

Por Maristela Prado

O trabalho agora é para quem não pensa.

Para você que tem mais de cinquenta anos, como está o mercado de trabalho? Se tem um emprego, agradeça e permaneça, mesmo que não goste mais, pois se perder entrará para a turma dos dispensáveis. E sabe por quê? Experiência e títulos hoje não querem dizer mais nada para quem está nessa turma de 50 mais.

Vi esses dias, pois que viralizou na internet, uma mulher bem-vestida e com um cartaz nas mãos, nas ruas de São Paulo, que dizia estar buscando emprego. Cinquenta mais, é bacharel em turismo, concierge e recepcionista bilingue, e no cartaz dava seu nome e WhatsApp. Como isso pode ser possível? Ela é capacitada e tem experiência na área hoteleira, mas tem mais de cinquenta anos.

Aí entra o etarismo que estamos vivenciando, não só para arrumar um emprego, mas, principalmente entre as mulheres, o medo de envelhecer e as loucuras para se tornar eternamente jovem e linda. Mas, voltando ao assunto, o que as empresas procuram é um profissional jovem, descompromissado, que reclama de tudo, arruma atestado para não ir trabalhar, ou melhor, querem trabalhar home! Não aceitam ordens, mas em compensação não gostam de pensar, e o que as empresas querem? Quem não pensa, mas que sabe mexer no chat GPT, que é mais rápido, agiliza tudo e, o melhor para o empregador, por um salário camarada.

Ser inteligente, capacitado, pós-graduado, ter doutorado e MBA não vale praticamente nada, caso não saiba usar as tais ferramentas do mundo digital. E ainda trabalha como PJ e é tratado como CLT, que máximo chegar a essa altura da vida e não servir mais.

Tem empresas que nem dão a mínima condição de trabalho para seus funcionários, como falta de manutenção, cadeiras quebradas, chefes despreparados e descompensados, será que são as pessoas? Aprendi que se for um na turma, o problema é aquele indivíduo, se forem todos, é o chefe. Não sabe transmitir às pessoas aquilo que aprendeu, ou melhor, não aprendeu, apenas fez aquele curso ou vivenciou alguma coisa, mas não se transformou num líder, aquele que joga junto com a equipe. Chefe, geralmente, sabe apenas mandar, como se fosse um capataz da fazenda nos tempos da escravidão.

Ser inteligente é uma condição de todos os seres humanos, mas alguns não sabem utilizar sua inteligência para as coisas certas, só aprendem a usar para os erros. A princípio parecem ser bons, mas com o passar dos anos a conta é cara, e chega. Por isso não temos mais alguns serviços de boa qualidade, são pessoas despreparadas sendo comandadas por outras mais despreparadas ainda em cargos de comando.

Os experientes estão sendo jogados fora, dando lugar a quem não precisa saber muito, apenas repetir o que deve ser feito, sem muitas perguntas, senão também não serve. Tenho visto frequentemente pessoas nesta situação, e a cada dia cresce o empreendedorismo justamente por causa disso. Além da desvalorização, não se tem saúde mental sob pressão além dos limites, tem muita gente doente por causa de trabalho, e não adianta, sai um, entra outro. E a roda continua.

Precisaria haver um mutirão de saúde mental no mundo, ninguém mais aguenta tanta tolice, tanta briga, guerra, ego, discriminação, preconceito, resumindo, os deuses do mundo. Pensam que são, mas são todos problemáticos, em busca de tudo o que não lhes pertence, brigando pelo que não é para eles, inflando o ego por coisas que não servem para nada. Uma verdadeira loucura generalizada que, no fim, sai todo mundo perdendo, vai todo mundo para o mesmo buraco. Deixar história? Só se for para rir porque, para admirar, ninguém.

Quem somos nós? Seremos uma ilusão da vida?

Tudo na vida dá sinais, mas nós não identificamos todos, nem sequer seguimos nossa intuição, e deve ser seguida, você acredite ou não. Eu nunca acreditei que somos formados em seres humanos no útero de nossa mãe numa perfeição tão grande com a ajuda da ciência. Não, não é assim. Somos células que vão se transformando ao longo dos meses de gestação, sem a interferência humana, daí já se vê que somos materializados no útero. Por quem? Fica a pergunta.

Nossos filhos são pessoas diferentes, embora criados da mesma forma e pelos mesmos pais, então há um mistério na vida, senão seriam todos iguais, como uma produção em série, e não são. E amamos do mesmo jeito, embora ainda acreditem que uma mãe ame mais a um do que ao outro, ou outros. Acontece que cada um deles é um ser diferente, com reações diferentes, com pensamentos diferentes. O que não gostamos são essas diferenças no ser, não da pessoa, do filho em questão.

Então por que temos tanto problema em entender a nossa vida se ela nos dá os sinais? Não acreditamos em nós mesmos, precisamos da aprovação do outro para sentir que somos capazes, entramos em ciladas por pura falta de confiança. Cada vez mais vemos opiniões formadas no que o outro falou, no que ouviu dizer, no que a ‘boiada’ está falando. Já chegou a hora de ter a sua própria opinião, a sua visão de mundo, eu disse SUA. Com seus valores, experiências, formação familiar, quem você é de verdade.

Quando não se sente bem, sabe que tem algo de errado no seu corpo, mas ignora, acontece com o vizinho, mas não com você. Daí, quando vai ver, entende que você também é o vizinho. A vida que estamos enfrentando não é só para uma pessoa, é para todos, mas ainda há quem ignore e passe por cima, e pior, nem percebe a enganação, os truques para te enganar.

Viver não é fácil, mas não precisa ser burro ao ponto de ser levado pela jangada. Nascemos com inteligência para sermos nós mesmos. Aprendemos e somos capazes. Agora, aprender os erros e seguir, isso não é de você, é de maus exemplos que acha válidos, como a enganação, ou a esperteza em fazer o mal, levar vantagem e ainda assim se achar mais esperto. Mas e o dia que os sinais forem desfavoráveis para essas atitudes que vão contra seus propósitos da vida? ‘Tudo o que vem fácil vai embora fácil’, já ouviu? ‘Aqui se faz aqui se paga’, já ouviu também? É, ninguém sai dessa vida sem acertar as contas por aqui, e não precisa ser uma doença, pode ser qualquer coisa que tenha feito mal a alguém, e quando o bumerangue volta, te acerta em cheio.

Estamos vivenciando a pior fase da Terra, guerras pela posse de territórios; que envolve dinheiro, como se fossem imortais, ou levariam tudo junto, é motivo de riso. O poder sobre os outros, como os mais fracos, é o que pensam. As indústrias se juntam e umas ajudam as outras a ganhar cada vez mais. Os preconceitos só aumentam, os abusos de todo tipo também, parece que virou uma doença viral, cada vez tem mais.

Onde foi parar nossa capacidade de perceber as coisas? E a nossa origem, valores, exemplos? A manada corre solta, e ninguém respeita nada, está todo mundo com muita pressa, como se o mundo fosse acabar daqui a pouco. Paciência? Não existe mais. Agora somos ansiosos, depressivos, e ainda querem encontrar a felicidade. Acho que ficou lá atrás, quando roubaram de você o seu verdadeiro ‘Eu’.

Preste mais atenção em você do que nos outros, viva a sua vida intensamente, não se preocupe demais com o que estão fazendo, aonde estão indo, quantos milhões estão ganhando. Pense no que se pode fazer para realizar seus sonhos; e não é trapacear, é conquistar. O que te faz feliz? Assistindo ao documentário da Anita, percebi que tudo o que ela conquistou não a fez feliz, ela chegou aonde queria, mas se perdeu no caminho, e não eram esses seus planos. Agora está num retiro espiritual, tentando se encontrar novamente, e sabe por quê? O dinheiro e o sucesso cobraram caro da vida dela, e o que a faz feliz é chegar em casa e ser recepcionada pelos seus cachorros e família com muito amor. A cama da sua casa, a sua vida de verdade. Não se iluda com o que mostram, pense no que não mostram, é ali que mora a tristeza daqueles que você pensa serem felizes. Felicidade sempre foi e sempre será nas coisas simples da vida, e deitar a cabeça no travesseiro em paz.

Por Maristela Prado

O sexismo cresce entre os machistas

Por que a cada dia cresce o número de machistas no mundo? Já falei sobre a regressão do Ser humano em outras crônicas, e essa é uma que está perigosa. A internet está sendo usada para criar machistas, grupos sexistas que incentivam outros homens a se convencerem de que a mulher é fraca, não sabe de nada, e precisa de um homem. Não, nós não precisamos de um homem, precisamos ser respeitadas. A esses machistas de plantão, que não têm nada mais o que fazer, apenas formarem grupos para criarem a imagem de macho escroto, nós, mulheres, dizemos que vivemos muito bem sozinhas, pois tudo o que fazemos vocês não fazem. É aí que mora o ódio contra a mulher, a capacidade que eles não têm.

O grande problema é que está ao alcance de crianças e adolescentes que acabam caindo em grupos, ou até mesmo em jogos online, se deparando com esses tipos influenciando a violência contra a mulher. Fica cada vez mais claro que a criação é o principal fator para crescerem assim. Pois é dentro de casa que temos os primeiros exemplos, como somos tratados e como os pais tratam suas mães.

As crianças estão indo para a escola violentas, se indispondo com colegas, professores, com a sociedade. Como aconteceu recentemente numa faculdade de alto nível em São Paulo, com futuros ‘médicos’ mostrando uma faixa com alusão à violência. Que tipo de criação estão dando para se tornarem tão sarcásticos? De onde vem tanta intolerância, ódio, preconceito?

A formação de um humano é muito mais importante do que qualquer bem adquirido. Formar alguém não é dar tudo o que deseja, tampouco incentivar à maldade, ao deboche, ao ponto de agredir uma pessoa como se fosse natural. “Ter paz é melhor do que ter razão”. Já ouviu essa frase? Mas como tudo, isso é totalmente o contrário do que existe, muitos não querem paz, querem é ter razão.

Não se esqueçam que podem ter uma filha, e isso que hoje você defende, agredir achando que isso lhe torna mais macho, pode ter um adolescente vendo isso e vai fazer exatamente o que você fala com sua filha, imagina que legal!

Imagina sua mãe ser agredida, sua irmã. Não é só com os outros, acontece com qualquer um, inclusive você. Mulher nenhuma precisa se posicionar na crueldade para ser mulher, simplesmente é. Mulher estuda como um homem, trabalha e, não raro, com capacidade maior do que de um homem, e sabe por quê? Mulher não perde tempo querendo mostrar quem é, não precisa fazer grupinhos para falar mal de homens, vocês mesmos já fazem esse serviço, por isso cada vez mais tem mulher preferindo ficar sozinha. Não precisa mesmo de ninguém. Já os machos…

Infelizmente, sei bem o que estou falando, e acho também que os pais deveriam repensar suas posturas, pois defender filhos quando estão errados só gera ego inflado e vencedor, e quando se torna um adulto nunca aceitará a realidade da vida. Lá fora a vida é pedra sobre pedra, e nem sempre se ganha, aliás mais se perde do que se ganha. E papai e mamãe não vivem para sempre, quem vai cuidar e aguentar esse serzinho que você criou?

A biografia da minha família

Hoje vou falar de algo que mexeu muito comigo nos últimos cinco anos, a biografia que escrevi sobre minha família. Sim, levou cinco anos para ser escrita, nenhum trabalho feito com amor fica pronto em pouco tempo. Não basta contar uma vida apenas com fatos, tem que ter história, e isso leva tempo, pesquisa, entrevista com pessoas do passado, poucas ainda vivas. Os vivos ainda guardam lembranças preciosas, e ficarão registradas para sempre.

A ideia começou a partir do orgulho que tenho dos meus pais (ainda vivos), têm uma linda história para contar, mas só saberá quem ler o livro. Como podem perceber, comecei a escrever quando ainda estava finalizando o primeiro livro, “Sob a sombra do amor”, coisa que só um escritor entende. Assim como ler dois livros ao mesmo tempo, ou comprar livros que você sabe que não vai ler agora, mas não aguenta e compra. Ler e escrever é minha vida, e vou continuar a contar histórias, isso me faz feliz.

Toda família tem uma história para contar, não importa se é grande ou pequena, mas todos vieram e se juntaram num mesmo sangue que lhes pertence para a eternidade. Pode ter aqueles que você nem sabe por onde andam, porque tem um tempo que a família se dispersa, cada um segue sua vida, mas os laços jamais terminam. Temos saudades de um tempo que passou tão rápido, mas na época não pensávamos sobre isso, como não pensamos agora, mas vai passar e sentiremos saudade.

Durante a escrita, fui lembrando de coisas que estavam adormecidas na minha mente, era uma janelinha que não abria há muitos anos, e de repente comecei a reviver momentos de muita felicidade. Quanta história, quanta alegria, e como os tempos mudaram. A gente não percebe, mas muda não só aparência, muda a forma de pensar, a vida te traz desafios que te transformam sem que se perceba. As pessoas morrem! E isso não tem aviso prévio. Por isso devemos viver intensamente todos os dias, para não ter arrependimentos, brigas sem razão, não deixar a vida passar como se não pudesse, de uma hora para outra, perder alguém.

Na minha família muita gente já partiu, pessoas queridas, pessoas que a gente achava que seriam imortais, mas se foram; e tenho certeza de que muitas delas me ajudaram nessas lembranças, e de onde estiverem estão felizes em saber que estou eternizando toda nossa alegria, toda nossa história, nossa trajetória. E as próximas gerações saberão quem fomos, quais são as raízes e amores, dons que passam de geração a geração. Como foi bom contar tudo isso.

Agora parece que ficou um vazio, não tenho mais que falar nada, tudo foi aos poucos se tornando um livro. Chegou o fim desse livro, mas não dessa família. Agora é esperar chegar da maternidade, e se tornar páginas de uma biografia de família, contada em verso e prosa, na qual deixo exaltado todo o sentimento que vivemos durante todos esses anos, definido por uma única palavra, amor.

Em breve terá o lançamento, e assim como a história que conto, esse dia será muito especial e com muitas surpresas. Quem viver verá.

Por Maristela Prado

Crônicas, artigos e críticas literárias