Existe o amor verdadeiro?

Será que alguém sabe descrever o que é o amor de verdade? Ou que existe o amor eterno? Falo sobre relacionamentos entre duas pessoas. Existem tantas juras de amor ao pé do ouvido, no altar do casamento, nos momentos de felicidade. Quantos são verdadeiros e seguem por uma vida? Já vimos casais que estão juntos há mais de cinquenta anos ou mais, e dizem que ainda existe amor. Depois de tantos anos juntos, formaram família, com filhos, netos, bisnetos, e a vida segue se multiplicando com o que aquele casal começou. Pergunto a você leitor. É o amor que está por trás de tudo, ou nos apegamos àquela pessoa, sentimos carinho, e ao olhar para trás vemos como tudo começou e aonde chegamos. Será que o amor pela família fala mais alto?

Não estou dizendo que não existe amor, claro que existe, toda relação começa por uma paixão louca, e isso eu sempre percebi; depois da paixão ou vira amor, ou acaba. Não sei se posso afirmar que a grande maioria se torna amor, mas tem muito casal junto há anos. É aí que entra a pergunta. Esse amor permanece o mesmo, apesar de tudo o que a vida nos mostra de forma nua e crua? Quantos casais suportam as pedras no caminho, os fatos que não planejamos, as curvas que não queríamos fazer, a poeira que levantou e te cegou, mas continuou? Foi o amor? E aqueles que não suportaram um ano, dois anos, que amor era esse que em pouco tempo acabou?

A paixão é a culpada de tudo, engana os seus sentimentos fazendo você acreditar que é amor, mas logo os desencantos aparecem, e em alguns casos permanece mascarado de amor, e carrega-se aquela união por anos achando que é amor. Mas e a família, a história que se formou? Parece que quebra uma perna, e a família fica sem apoio, falta alguém. Já os casais que duram pouco, não querem chegar nisso, preferem logo quebrar as juras que fizeram, perceberam que jurar amor eterno é um risco, principalmente quando esse risco é a sua vida, os seus sonhos, sua liberdade.

Não condeno ninguém, muito menos os casais que estão juntos há anos, mesmo porque a família é, ou deveria ser, o lugar mais seguro e mais amoroso para se viver, mas nem todos têm essa condição. Existem famílias completamente desajustadas e incapazes de sustentar um alicerce para os filhos. E isso não é de hoje, ninguém sabe o que se passa em uma casa, os problemas, traumas, agressões, mas na rua e nas fotos, todo mundo é feliz. Os problemas acontecem com ou sem amor, a diferença é como se lida com isso, e, principalmente, o quanto de amor se tem pela família, os valores, as atitudes, o que se aprende dentro de casa.

Ninguém nasce marginal nem agressor, toda criança nasce pura e tudo o que aprende é com os pais, com a família que pertence, e ela mesma vai formando seu caráter a partir do que vê, do que ouve, tudo é exemplo. Por isso, antes de decidir ficar com alguém, pense se é apenas paixão, porque depois que acabar essa paixão, sua sorte está lançada. Sua vida vai valer muito ou pouco. Aprenda a se amar em primeiro lugar, o segundo lugar é escolha sua e tem o direito de não querer, mas o primeiro lugar ninguém vai tirar de você.

Por Maristela Prado

Brincadeira de criança virou realidade de adulto

De repente mulheres adultas passaram a brincar de boneca, os bebês reborn. Será mesmo brincadeira ou problema de saúde mental? Até que ponto devemos levar o simples fato de querer ter um bebê que pareça verdadeiro, e fazer dele uma verdade doentia? Sim, não é normal levar uma boneca no pronto-socorro, com mala, roupa, fralda e todos os utensílios que se usa para um bebê de verdade. Fazer parto, levar no parque para passear no carrinho, alguns até nos brinquedos.

Sempre falamos muito em inversão de valores, mas agora já passou do normal. Não querer ser mãe não é um problema, é uma escolha, mas quando mulheres com família, filhos e netos de verdade adotam esse comportamento, é uma situação que deve ser de preocupação para os familiares, não uma brincadeira. A saúde mental está cada vez mais explicita e sem controle.

A falta de convivência humana está deixando a população doente, só se fala por mensagem, não precisa nem sair de casa para comprar nada, é só pedir pelo aplicativo, de comida a roupa e bebida, assim como fazer transferência bancária, pagar contas e muitas outras coisas que se imaginar. Conhecer alguém também vale. Pesquisar alguma coisa, saber endereço, IA faz tudo para você. E o contato físico, um abraço, olho no olho, calor humano? Está acabando.

A falta de afeto, a agressividade das pessoas, enganações, o crescimento desenfreado da tecnologia, transformando o mundo real em tela, mentiras, ilusão, tudo isso está se transformando em alucinação, fantasia da falta do afeto que existe. É como as crianças terem amigos imaginários, aqueles que a gente tem que conversar, dar a mão, dar banho no vazio, naquilo que não se vê, mas a criança vê, sente e brinca. É o que está acontecendo com algumas mulheres, não deixa de ser um bebê imaginário, só que tem forma, e você vê e pega, mas é um boneco, não respira, não reage. Isso é uma fuga.

O inverossímil, a brincadeira, é uma forma de fugir da realidade, esses bebês não te frustram, não te decepcionam, não te tiram o sono, é como se fosse cuidar de um bebê morto. Sair da realidade é uma forma de não lidar com as frustrações que a vida trás, o vazio, torna-se um afeto que faz falta, estamos diante de um problema de saúde mental preocupante. É isso que a vida atual está trazendo, desordem, desorientação, é um apelo por amor, como se falasse: “Ei, estou aqui”. Já vi um caso que foi parar na Justiça pela guarda de um bebê reborn. Não dá para brincar com a Justiça, é hora de se tomar uma atitude.

A sociedade está doente, as pessoas se perderam entre a realidade e a fantasia, o mundo real está pesado de encarar, o mundo está se esvaindo, mas os poderosos da tecnologia não têm dó, cada vez estamos mais envolvidos e vigiados. Quando todos enlouquecerem, não sobrará ninguém para contar o que foi viver no século XXI. Ou começa tudo de novo, ou vão acabar com a vida.

Por Maristela Prado

A vida é bonita

A mulher aprendeu a se calar, não dar sua opinião, aceitar tudo o que lhe era dado como culpa, por mais que faça, nunca é o suficiente. Não podemos mais deixar com que continue sendo assim, nem tudo é sobre você, nem tudo é culpa sua, o problema pode estar no outro, é muito fácil apontar o dedo para alguém e se livrar da culpa, é difícil olhar para dentro de si e encontrar o problema. Isso não é apenas sobre mulher, mas sobre problemas com a saúde mental, que atinge a população mundial, apesar de a vida ser bonita.

Pare de achar que tudo é com você, que os outros são melhores, que são mais felizes, que a vida é perfeita. Não é, somos imperfeitos, por mais que queira mostrar o contrário, acaba saindo por um lado ou por outro, sempre deixa escapar, fala uma coisa, mas faz outra, e passa despercebido, mas nem sempre.

O dinheiro não faz das pessoas a perfeição, assim como o poder que vemos todos os dias ser o centro de algumas pessoas, mas por trás há tantas inseguranças, medos, e até frustração, mas mostra em forma de poder absoluto. Quem tem poder absoluto? Ninguém é dono de nada. Então para que tanta briga? Ego, já ouviu falar? É o maior mau do mundo, se mostrar, querer ser invejado, mandar, ter o domínio, tudo isso por vaidade. E a briga não acaba, mostra apenas a fragilidade de quem está por trás querendo ser o campeão, o vencedor.

Se as pessoas pensassem mais em si, sem querer provar nada para ninguém, apenas por si, tudo seria diferente, cada um vive sem flash (como dizia uma antiga personagem de novela, “cada mergulho é um flash”), no caso de hoje tudo é um flash, nada passa despercebido, já ficou meio saturado. A quem interessa o que você está comendo? Se está no hospital, a declaração de amor para seu filho, e outras coisinhas passadas. Declarar amor a alguém tem mais valor quando é pessoalmente, não é para o mundo, só interessa àquela pessoa.

Já pensou se um dia a população começar a pensar em si? Começando pelo autocuidado, como, por exemplo, aceitar-se como é, sem querer ficar igual a alguém. Trabalhar, fazer atividade física, ler um livro. Aprender um instrumento musical, artesanato, lazer, exercitar o cérebro. Isso seria ótimo. Relaxe, curta sua família, durma bem, cuide da sua saúde física e mental, comida saudável. Muita gente quer ser magra e está deixando de se alimentar direito, o corpo perfeito é saudável, mas não sem alimento. Quem não se alimenta está doente. Se precisar, procure ajuda, não é feio cuidar da saúde mental, feio é ficar doente e atrapalhar a vida dos outros.

O mundo está precisando de pessoas saudáveis, que olhem com amor para os outros, sem inveja, sem estrelismo. Está todo mundo doente por querer e não poder, isso adoece, ninguém tem tudo, por isso tanta gente frustrada. A imaturidade está no adulto também, que acredita em tudo o que vê e no que ouve, não procura informação de verdade, se ilude com declarações falsas, fotos da família feliz, da vida em outro país sem problemas; o problema vai com você, ou encontra outro lá, essa é a vida. Como dizia Gonzaguinha, “a vida é bonita, é bonita é bonita”, pra quem vive sem olhar dos lados, mas olha pra frente, que é pra onde se vai.

A verdade sobre ser mãe

Ser mãe foi a maior prova de amor que tive na vida, uma mãe nasce no parto, e só depois disso é que vivenciamos o amor de verdade. Não romantizo essa vivência, mesmo porque, apesar de todo o amor que sentimos por aquele ser que saiu de dentro de nós, temos que enfrentar com coragem tudo o que nos espera para cuidar daquela criança, e não é fácil. A gente aprende por amor, aprende a dar atenção, entende que a vida não é só por você, aprende a se doar, e não se arrepende disso.

Criar um filho não é um mundo florido repleto de felicidade, pois desde o primeiro momento já dá para sentir o peso da responsabilidade nos seus braços, mas escolheu ser mãe, e não é por algum tempo, é para sempre. Eles crescem e precisam encontrar seu próprio caminho, precisam voar, e nós temos que deixar. Seus filhos são do mundo, você também saiu para o mundo e deixou seus pais, agora é a vez deles, e nós apenas temos que aceitar.

Tem mulher que não quer ter essa experiência, e está tudo bem, cada um sabe o que quer da sua vida, e ninguém tem o direito de julgar. A vida é sua. Eu, desde muito pequena, adorava brincar de boneca e ser a mamãe, estava em mim o desejo de ser mãe. Tive dois, um casal, como eu queria. Numa família de muitas mulheres, eu sentia uma vontade imensa de ser mãe de menino, e fui.

Mãe a gente leva para a vida toda. Mãe é aquela que sempre estará ao seu lado, seja você uma pessoa acima dos cinquenta, ela vai te tratar como se tivesse dez. Amor de mãe nunca acaba, a gente só aprende viver à distância. Amor não tem limite, amor é dentro do coração, não é do lado. Quantas pessoas vivem do lado e não amam?

Embora eu ache que mãe não tem dia, mas inventaram um, nesse dia especial, então vamos estar juntos. A vida passa num piscar de olhos, a única pessoa no mundo que te ama de verdade e quer o seu bem, só pode ser sua mãe, sem ela não existe amor que substituirá o que ela fez por você. Mãe é mulher, respeite todas as mulheres como se fossem sua mãe.

Por Maristela Prado

  O mundo da fantasia

As flores, o jardim, as casinhas coloridas, pessoas sorrindo, o sol, a vida. Não, rebobina a fita, o mundo da fantasia que vivemos hoje é o mundo da competição, de quem tem mais poder, da birra de adultos infantilizados, da condição social, da cor, do gênero, da esperteza, de quem vai herdar o mundo!

As pessoas correm todos os dias como se não houvesse mais tempo. Tempo pra quê? Para ganhar mais, para colocar em prática o plano que vai devastar pessoas, para aquele que pretende viver plenamente às custas da tristeza de outros? Disse o Papa Francisco, aquele que dispensou o luxo, que contemplava a paz, que pensava nos necessitados, que lutou por um mundo melhor. “As pessoas aceleram da hora em que acordam até dormir, e isso é perigoso para a saúde mental, espiritual e física”. Ele sabia o que estava dizendo, e por que estava dizendo.

Esse é o mundo da fantasia de ser, de ter, de poder, da soberba, da frustração, de mostrar o que não é, da necessidade de ser melhor, de dar voz às suas vontades, a ter razão e não ter amor. É uma fantasia macabra que prejudica, mata e desorienta. Desilude, enlouquece, mexe com o mental e piora a cada dia. Vivemos uma mentira, na mais pura maldade. Parece que o ser humano está se acostumando a viver assim, quase uma normalidade, mas não é, apenas estamos adoecendo mentalmente e espiritualmente como disse o Papa Francisco. Viver tudo isso e achar normal já é um sinal de doenças do século XXI, a depressão e a ansiedade.

Alguém se dispõe a cuidar da saúde mental? Ou será que só a física, a aparência que leva a essas doenças é que importam? Quem vive na fantasia e se desloca da realidade já diz tudo sobre si, precisa de cuidados.

A violência, a ganância e o ego são fatores importantíssimos sobre saúde mental. Até as crianças estão sendo expostas a essas situações, não apenas dentro de casa assistindo a embates dos pais e atitudes claramente faladas na frente dos pequenos, mas pelas redes sociais, onde corre o perigo acelerado em tempo real, entre amigos, nas escolas. Crianças morrendo por participarem de desafios intencionais para levar à morte, acesso a assuntos que não deveriam saber, daí nasce o bullying nas escolas, de exemplos e das criações que não se pode frustrar.

Os abusos estão em toda parte, e como nos proteger, ficando em casa? Não, cuidando da nossa saúde, fazendo exercícios físicos diários para colocar o peso que carregamos para fora, tendo uma alimentação saudável, longe das enganações das prateleiras dos supermercados, comendo comida de verdade, preferencialmente da feira. Ouvindo música, fazendo terapia, escrevendo e lendo histórias, assim sua mente viaja por lugares imaginários e está em perfeito estado de conservação. Quer uma ideia saudável? Pratique a escrita terapêutica, escreva um diário e conte para ele tudo o que te incomoda. Além de desabafar, se sentirá melhor para o dia seguinte. E não esqueça, é você quem escreve sua história todos os dias, depende das suas escolhas, e não adianta arrumar um culpado para seus problemas, o culpado está no espelho, olhando para você sempre que chega perto.

Antes de achar que o mundo está contra você, reflita o que foi que você fez para estar passando por alguma situação difícil, normalmente foi uma escolha sua, mas dói olhar para dentro de si e enxergar os seus defeitos. A dor faz parte da vida. Para conhecer a tal da felicidade, primeiro precisa conhecer a dor; para conhecer a bonança, antes precisa conhecer a falta; e, para realmente viver uma vida plena, e não a fantasia, é preciso equilibrar saúde mental, espiritual e física, só assim viverá a sua paz.

“Nossa vida é um caminho, quando paramos, não vamos para frente”.

Papa Francisco

Por Maristela Prado