Dia da minha criança interior

Essa menininha da foto sou eu com cinco anos, mas ela ainda vive em mim. Aquela criança tímida, que não sabia se defender, hoje superou isso, mas a sede que tinha de escrever e contar histórias permaneceram até que eu entendesse que não era jornalismo o meu caminho, mas a literatura.

Contar histórias sempre foi minha brincadeira predileta, só não sabia que aquele turbilhão que rondava minha mente seria a coisa mais linda e importante que faria na minha vida adulta. Demorei para entender, mas entendi.

Observadora sempre fui, mas a timidez e o medo que me impediam de expor minhas ideias me fizeram guardar só para mim. Nunca fui vista como uma menina que pensava diferente das outras crianças, e isso me custou vários episódios de “ela é quieta, não é de falar muito”. Acontece que eu estava observando, analisando e descobrindo como era difícil lidar com as pessoas, e eu pensava: ‘O que se passa na cabeça dele(a) para falar isso? Por que age assim?

Gosto de escrever o que vejo e o que concluo sobre tantos comportamentos por trás das pessoas. Analiso com muita facilidade cada um. Aprendi com a vida, mas também com muito estudo sobre o comportamento humano, o que sempre me fascinou, mas não percebi antes.

Hoje posso falar com confiança sobre o que sei, escrevo minhas crônicas sabendo muito bem o que estou falando, leio muito, fiz e faço muitos cursos. Aliás, estou fazendo um de neurociência para me aprofundar melhor sobre o comportamento humano. Jamais falaria nada que não soubesse.

Meus pais foram os meus maiores incentivadores para que isso aflorasse em mim, fui criada numa casa com jornais, revistas e muitos livros. Aprendi desde cedo que era importante ler, e foi assim que me tornei uma escritora, e tenho muito orgulho. Esta é minha vida, é o que amo fazer, escrevo todos os dias e o repertório é vasto.

Uma vez disse para meu padrinho que um dia escreveria um livro, escrevi “Sob a sombra do amor”, lançado ano passado, sobre relacionamento abusivo, um assunto que todas as mulheres deveriam ler. Pena que ele não está mais aqui para ver, pois me incentivou muito para escrever, e já estou finalizando o segundo, em breve saberão. Não ficará só nestes, a menina que fui ainda tem muitas ideias e ideais, e não parará.